Salário médio do Estado abaixo do nacional

O salário pago no Paraná por empresas, órgãos públicos e entidades sem fins lucrativos – que fazem parte do Cadastro Central de Empresas (Cempre) – foi, em 2005, o oitavo maior do País, porém ficou abaixo da média nacional. É o que revela a pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  

No Paraná, o salário médio pago foi de 3,3 salários mínimos – R$ 946,00 na época, quando o salário mínimo médio mensal era de R$ 286,67. A média nacional foi de 3,7 salários mínimos ou R$ 1.060,67. Na comparação com os outros dois Estados da região Sul, o Paraná ficou atrás do Rio Grande do Sul (que registrou a mesma média nacional, de 3,7 salários mínimos) e pouco à frente da vizinha Santa Catarina (3,2 salários ou R$ 917,34). Entre os estados, a maior média salarial foi verificada no Distrito Federal (6,8 salários ou R$ 1.949,35) e a menor, em Alagoas (2,1 salários ou R$ 602,00).

Para Sandro Silva, economista do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos, regional Paraná (Dieese-PR), a média salarial do Paraná abaixo da nacional se deve à concentração de alguns segmentos da indústria que pagam salários menores. É o caso da indústria de alimentos e bebidas, cuja média salarial em 2005 era R$ 792,00, de acordo com a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho; indústria têxtil e do vestuário (R$ 522,00); madeira e mobiliário (R$ 684,00), além da agricultura (R$ 585,00). ?São segmentos que têm grande participação no Estado?, explicou Silva.

Conforme levantamento do Cempre, foram pagos no Paraná em 2005 salários que somaram R$ 25,15 bilhões – o correspondente a 5,7% da massa salarial do País, de R$ 444,3 bilhões. A maior parte (R$ 6,5 bilhões) foi para a indústria de transformação, seguida pelo setor de administração pública, defesa e seguridade social (R$ 5,7 bilhões) e comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos (R$ 3,4 bilhões). Outros segmentos que se destacaram foram de atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas (R$ 1,669 bilhão), transporte, armazenagem e comunicações (R$ 1,665 bilhão) e educação (R$ 1,4 bilhão).

Setores

Do pessoal ocupado em 2005 no Paraná – 2,6 milhões de pessoas, o correspondente a 6,7% do total do País -, o setor de comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos foi o que concentrou a maior parte de pessoas (721 mil), seguido pela indústria de transformação (594,8 mil) e administração pública, defesa e seguridade social (349 mil). Já entre os assalariados – que somavam 2 milhões de pessoas, o equivalente a 6,4% do total do País -, a maior concentração estava nas indústrias de transformação (524 mil), seguida pelo comércio (428 mil) e administração pública (349 mil).

Já Curitiba contava, em 2005, com 810 mil pessoas ocupadas, das quais 653 mil eram assalariadas. Diferentemente do perfil do Paraná, em Curitiba a maior parte dos assalariados estava concentrada na administração pública, defesa e seguridade social (138 mil pessoas), seguida pelo comércio (117 mil), atividades imobiliárias (89 mil) e indústrias de transformação (87 mil).

O levantamento do IBGE apontou ainda que, na região Sul, Curitiba é a capital que concentra a maior parte de assalariados do Estado: 31,9% dos trabalhadores assalariados do Paraná residem na capital, contra 27% de Porto Alegre e 14,3% de Florianópolis. Já no Norte do País, as maiores concentrações de trabalhadores assalariados estão nas capitais. É o caso de Boa Vista, onde estão 89,2% dos assalariados de Roraima; Manaus (87,2%), Macapá (84,3%) e Rio Branco (81,5%).

?O Paraná é um estado grande com outros centros urbanos, como Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu. A questão da fronteira também acaba influenciando para que os empregos não fiquem concentrados na capital?, explicou o economista Sandro Silva, do Dieese-PR.

Giro de dinheiro somou R$ 444,3 bilhões

O IBGE contabilizou, através do Cempre (Cadastro Central de Empresas), 5,7 milhões de empresas e outras organizações ativas do segmento formal da economia em 2005 em todo o País, um crescimento de 5,5% ante a 2004. Deste total, 89,9% eram empresas, 0,4% órgãos da administração pública e 9,7% entidades sem fins lucrativos. Ao todo, a massa assalariada recebeu R$ 444,3 bilhões, equivalente a um salário médio mensal de R$ 1.060,48 e a um aumento real de 1,5% ante a 2004 (R$ 1.044,95).

As empresas pagaram R$ 279,6 bilhões da massa salarial total. Nelas, o salário médio mensal caiu acima da média (-5,7%), ficando em R$ 975,52. Já a administração pública sofreu a menor redução (-1,2%), com R$ 1.313,06, enquanto as entidades sem fins lucrativos apresentaram salário médio mensal de R$ 1.025,57 (-1,5%).

Empresas, órgãos da administração pública e entidades sem fins lucrativos ocuparam 39,6 milhões de pessoas, 5,3% a mais do que no ano anterior (37,6 milhões). Deste total, 81,4% eram assalariadas e 18,6% na condição de sócias ou proprietárias do empreendimento, um crescimento de, respectivamente, 6,2% e 1,8% ante a 2004. As empresas concentraram 73,4% do pessoal ocupado total, enquanto a administração pública ocupou 9,6% e as entidades sem fins lucrativos, 7,0%.

O maior aumento de pessoal ocupado total entre 2004 e 2005 também foi registrado nas empresas (5,5%), seguidas de perto pelos órgãos da administração pública (5,1%) e entidades sem fins lucrativos (4,9%).

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