O secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, reforçou que o governo conta com receitas extraordinárias para ajudar no resultado fiscal de 2015, entre elas os tributos resultantes da abertura de capital da Caixa Seguros e do IRB. Para o secretário, apesar de os dois IPOs ainda estarem em estudo, é factível que essas receitas entrem no caixa do governo ainda neste ano.

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“Receitas extraordinárias são receitas, e a gente conta com elas. Outras medidas desse tipo (dos IPOs) podem ser pensadas e virem à tona ainda neste ano”, afirmou.

Outros recursos esperados pelo governo para auxiliar no superávit de 2015 são os de outorgas a serem pagas dentro do novo programa de concessões.

Saintive brincou e disse que nenhum secretário do Tesouro vai rejeitar receitas, independente do tipo, e que “certamente” não rasga dinheiro. “Não sou contrário a receber receitas não recorrentes”, completou.

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Contingenciamento

O secretário do Tesouro afirmou que o déficit de R$ 8,05 bilhões apresentado pelo Governo Central em maio foi o “resultado que conseguimos apresentar”. Ele ressaltou que os gastos do governo são rígidos e que existe uma certa inércia nas despesas, enquanto a receita responde aos níveis da atividade econômica, em queda. “Ainda assim, foi feito um contingenciamento profundo”, completou.

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Saintive frisou que, apesar do déficit expressivo nas contas do Governo Central em maio, o governo vem segurando despesas e reduzindo gastos. “Tem ocorrido redução nas despesas discricionárias e temos reduzido outras despesas de custeio e de capital”, afirmou.

Ele destacou a queda real de 0,3% nas despesas no mês passado em relação a maio de 2015, enquanto a receita líquida cresceu 4,1% na mesma comparação. As receitas totais, no entanto, apresentaram queda real de 0,5%.

O secretário ressaltou ainda que a contenção de despesas atinge todo o governo, mas disse que saúde e educação – as duas áreas com maior redução de despesas discricionárias – ainda são prioridade deste governo.

Do ponto de vista das receitas, o secretário descartou o recebimento de dividendos da Petrobras neste ano, mas acrescentou que, como a empresa está em recuperação, esses recursos poderão ser pagos em 2016.

Incerteza

Saintive disse que ainda existe um grau de incerteza na economia e que é preciso avaliar “passo a passo” antes de discutir a revisão da meta de superávit fiscal para este ano, que é de R$ 66,3 bilhões (1,13% do PIB).

Ele ressaltou que receitas e despesas serão ajustadas a cada dois meses, como determina a LRF. Admitiu também que a vinculação dos pagamentos da Previdência Social ao salário mínimo tem impacto fiscal e que é necessário reavaliar e adequar receitas e despesas também a esse cenário. “Congresso está ciente da necessidade de ajuste fiscal, tanto que tem aprovado medidas. Quando surge uma medida, temos que reavaliar”, afirmou.