Incluir a carne suína na alimentação dos militares nos quartéis, da população carcerária e na merenda escolar. Essas são algumas das alternativas que estão sendo discutidas pelo secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, com o objetivo de reduzir a oferta do produto e, conseqüentemente, melhorar o preço, amenizando a crise da suinocultura do Estado. As propostas neste sentido foram encaminhadas às Polícias Civil, Militar e à Secretaria da Educação. Um pedido de ajuda para o setor também foi encaminhado aos ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.
O Ministério da Agricultura já anunciou sua disposição em abrir linha de crédito para compra e retirada de carne suína do mercado. De acordo com estudos realizados pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, seria necessária a abertura de uma linha de crédito de até R$ 120 mil por produtor, com taxas de juros do crédito rural e prazo de até dois anos para pagamento, com um ano de carência.
Ao ministro Cassel, Bianchini pediu a liberação de recursos do MDA para aquisição de carne suína, através do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA.
A suinocultura vem passando por uma crise de excesso de oferta nos últimos sete anos, agravada em 2005, quando ocorreu a febre aftosa no País. As indústrias que vinham ampliando a produção e estimulando mais produtores a entrarem na atividade, se viram obrigadas a suspender as linhas de crédito disponíveis, porque tiveram seus contratos de exportação cancelados.
Com isso, os produtores ficaram sem opção de venda e aumentou a oferta de carne no mercado interno, provocando a derrubada nos preços. Segundo Bianchini, os produtores ficaram descapitalizados e sem condições de pagar os financiamentos feitos em banco para ampliar a produção para atender as indústrias.
A suinocultura no Paraná é um setor importante na economia rural, gerando atualmente 217 mil empregos diretos e 298 mil empregos indiretos. A atividade é desenvolvida em 136 mil propriedades, a maioria em regime de economia familiar. No Estado, o plantel está estimado em 4,87 milhões de cabeças. A crise no setor está desestruturando principalmente os municípios da região oeste, onde se concentra a produção.