Depois do surpreendente resultado negativo do fechamento de agosto, a saída de dólares no País superou a entrada em US$ 2,141 bilhões na primeira semana de setembro. O saldo financeiro ficou negativo em US$ 96 milhões no período, diferença entre entrada de US$ 9,473 bilhões e saída de US$ 9,569 bilhões. No segmento comercial, o saldo também ficou no vermelho, em US$ 2,045 bilhões, diferença entre exportações de US$ 2,997 bilhões e importações de US$ 5,042 bilhões. Dentro das exportações, estão US$ 734 milhões de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) e US$ 669 milhões de Pagamento Antecipado (PA), de acordo com dados do Banco Central (BC).
O saldo positivo acumulado no ano até o dia 6 de setembro foi praticamente zerado com essa saída surpreendente anunciada nesta quarta-feira, 11, e está positivo em apenas US$ 97 milhões, sendo negativo em US$ 12,748 bilhões no financeiro e positivo em US$ 12,845 bilhões no comercial. No mesmo período do ano passado, o fluxo estava positivo em US$ 23,424 bilhões.
Pior resultado
No fechamento de agosto, o Brasil registrou o maior envio de dólares para o exterior em 2013 e o pior resultado para esse mês desde 1998, último ano em que vigorou no País o sistema de câmbio fixo. Segundo o BC, a saída de recursos superou a entrada de moeda estrangeira em US$ 5,85 bilhões no mês passado. Em agosto de 1998, a saída foi de US$ 11,7 bilhões.
De acordo com o governo, o que se viu em agosto não foi uma fuga de capital do País. A maior parte da saída de dinheiro esteve relacionada ao vencimento de dívidas de instituições financeiras no exterior. Os bancos teriam quitado empréstimos tomados em 2011, quando precisaram de dólares para se ajustar a uma norma do BC que reduziu a especulação com a moeda, que estava em queda na época.
Como havia cobrança de imposto de 6% sobre dívidas externas de até dois anos, os bancos fizeram operações superiores a esse prazo, sendo que a maior parte venceu e foi paga no mês passado.
A questão é que agora o saldo veio fortemente negativo mais uma vez. Em evento em Campos do Jordão, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que “eventuais saídas pontuais” de dólares são naturais e não representam mudança nas condições de financiamento do País.