Sai relação de propriedades interditadas

O governo do Paraná publicou ontem, no Diário Oficial do Estado a Resolução 116, com a relação das quatro propriedades em que há suspeita de focos de aftosa e de outras quase 700, localizadas próximas a elas. A publicação era uma exigência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a vigência da Instrução Normativa 36, que reduziu a área de risco sanitário. Até então, 36 municípios faziam parte da área considerada de risco. Agora, a nova área abrange propriedades localizadas a um raio 10 quilômetros a partir dos locais onde surgiram as suspeitas da doença.

Conforme o novo mapa sanitário, continuam interditadas propriedades rurais nos municípios de Grandes Rios (48), Faxinal (4), Rosário do Ivaí (119), Ortigueira (1), Loanda (94), Amaporã (108), Platina do Paraná (57), Marialva (66), Maringá (135), Astorga (18), Iguaraçu (16) e Sarandi (24). As quatro propriedades onde surgiram as suspeitas da doença são Fazenda Santa Isabel, em Grandes Rios, de propriedade de Bruno Alexandre Von Der Leyen; Fazenda Santa Maria, em Loanda, de Pedro Garcia Pagan; Fazenda São Luiz, em Amaporã, de Edward Bonalume e Fazenda Cesumar, em Maringá, em nome de Wilson de Matos Silva.

Com a publicação da IN 36, flexibilizando as áreas de risco sanitário, e da Resolução 116, do governo do Estado, a expectativa agora é que outros estados também levantem as fronteiras. ?Com essa resolução do Paraná, outros estados devem refazer suas normativas. Pelo menos, nós vamos pressionar para que isso aconteça o quanto antes?, comentou o assessor econômico do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná (Sindicarnes-PR), Gustavo Fanaya. A maior expectativa recai sobre São Paulo, importante mercado para o Paraná.

Rússia

A Rússia suspendeu ontem o embargo à importação de carne bovina e suína procedentes dos estados do Acre, Amapá, Maranhão, Rondônia, Roraima, Tocantins, confirmou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Como se recorda, o governo russo aplicou restrições temporárias às importações de carnes bovina e suína originárias do Pará e Amazonas, e de estados vizinhos, em 20 de setembro de 2004, em decorrência de caso de febre aftosa no município amazonense de Careiro do Várzea.

Em carta dirigida ao secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Gabriel Alves Maciel, o Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária da Rússia comunica que ?considerando a situação segura nos estados do Pará e Amazonas em relação à febre aftosa nos últimos 12 meses, serão revogadas, a partir de 28 de novembro, as restrições temporárias às importações de carnes bovina e suína procedentes dos estados vizinhos – Acre, Rondônia, Tocantins, Maranhão, Amapá e Roraima?.

O comunicado russo destaca que os embarques de carnes desses estados podem ser efetuados somente de estabelecimentos habilitados a exportar carnes bovina e suína para a Rússia, decisão que beneficia apenas Tocantins e Rondônia, que têm frigoríficos habilitados, desde a semana passada, a exportar para aquele país. Para os estados de Mato Grosso do Sul, Pará e Amazonas, o embargo russo continua. O Brasil ocupa o primeiro lugar na importação russa de carne bovina e suína e segunda colocação na importação de frango. Entre janeiro e outubro deste ano, as exportações de carne para a Rússia chegaram a US$ 1,4 bilhão.

Confirmados mais três focos da doença no Mato Grosso do Sul

Brasília (AE) – Mais três novos focos de febre aftosa foram confirmados ontem, em Mato Grosso do Sul. Com isso, subiu para 28 o número de casos da doença. O Ministério da Agricultura já admite o recrudescimento da aftosa naquele Estado. Os novos focos foram encontrados no município de Mundo Novo, que faz parte da zona interditada pelo governo desde o início da crise, no dia 10 de outubro. Dois foram registrados em pequenas propriedades de subsistência. O terceiro foco, informou o Ministério da Agricultura, foi detectado numa fazenda de pecuária de corte.

Essa propriedade, cujo rebanho é de cerca de 300 cabeças é vizinha de fazendas onde foram descobertos focos anteriores. No total, já foram confirmados cinco focos nesse município. Em Eldorado, o número de casos chega a quatro e, em Japorã, são 19 os focos da doença.

Nas últimas semanas, a média diária de abate foi de 600 animais. Até agora foram sacrificados 14.443 bovinos, 184 suínos e 158 pequenos ruminantes (ovinos, por exemplo).

Paraná

Além dos casos confirmados de febre aftosa no Mato Grosso do Sul, o ministério investiga a suspeita da doença em nove propriedades rurais do Paraná. Até agora não foi possível isolar o vírus a partir de amostras colhidas no Paraná e encaminhadas ao Laboratório Nacional de Apoio Agropecuário (Lanagro), localizado em Belém, no Pará. ?Há previsão de novas coletas hoje (ontem)?, informou o diretor do Departamento de Saúde Animal da pasta, Jorge Caetano Júnior.

Serão colhidas amostras de líquido esofágico-faríngeo e soro sangüíneo. De acordo com a Secretaria de Defesa Agropecuária da pasta, também estão sendo investigadas suspeitas da doença em duas propriedades paranaenses localizadas nos municípios de Bela Vista do Paraíso e de São Sebastião da Amoreira.

Paraná e Paraguai definem ações para erradicar a febre

Identificar os bovinos existentes em todas as propriedades no raio de 25 quilômetros da fronteira entre o Paraná e o Paraguai. Este será um dos desafios do Brasil e do país vizinho na luta para erradicar a febre aftosa na América do Sul. A decisão foi tomada por representantes do governo do Estado, do setor privado dos dois países e do governo do Paraguai, durante a reunião realizada na última sexta-feira (25), na cidade de Mariano Roque Alonso, Região Metropolitana de Assunção.

Entre as ações defendidas pelos participantes do evento, estão a vacinação acompanhada dos animais existentes na referida área entre os dois países, o georeferenciamento de todas as propriedades com bovinos na região, o cadastramento dessas propriedades e a capacitação técnica de recursos humanos de forma conjunta.

O vice-governador, Orlando Pessuti, informou que a capacitação vai envolver profissionais dos dois países. Serão realizados treinamentos, cursos, fóruns de discussão e trocas de informações semanais. ?Entendemos que a erradicação da febre aftosa na América do Sul passa pelo compromisso efetivo de ações conjuntas entre a iniciativa privada e o governo, com base em ações concretas, eficazes, demonstradas de forma transparente?, disse.

Para o diretor-executivo do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado do Paraná (Fundepec), Antônio Leonel Poloni, o encontro foi importante porque demonstrou a oportunidade de desenvolver procedimentos de defesa sanitária, entre o Paraná e o Paraguai, mais transparentes. ?A partir dessa reunião, há uma nova realidade entre os dois países, partindo da confiabilidade?, disse.

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