O Deral – Departamento de Economia Rural – da Secretaria da Agricultura divulgou, nesta quinta-feira (23), um balanço da safra 2003/04 no Paraná. A colheita atingiu 99,9% da área total plantada, que foi de 9.628.639 hectares, restando apenas algumas lavouras de cana-de-açúcar e de mandioca para serem colhidas.
A produção total de grãos é avaliada em 25.996.700 toneladas, com redução de 14,3% em relação à safra 2002/03. "A comercialização de milho, soja e trigo continua lenta e, em conseqüência, restam pelo menos 20% dos grãos ainda por vender", comentou Norberto Ortigara, responsável pela previsão de safra e custos de produção da Seab.
Com o encerramento da colheita, a produção de cereais de inverno, estimada em 3.690.750 toneladas, apresentou redução de 2,8% em relação ao ano anterior. Apenas 53% da produção foi comercializada.
Safra 2004/05
Encerrado o plantio da primeira safra de grãos de verão, a área total de 5.884.060 hectares é 0,23% inferior à área plantada em 2003/04. "Incluída a estimativa de feijão da seca, a área total a ser plantada com grãos é de 5.987.610 hectares, com redução de apenas 0,6% em relação ao ano anterior", explicou Norberto.
Esta avaliação de safra não inclui, ainda, as estimativas de plantio da terceira safra de feijão, do milho safrinha, de soja safrinha e da segunda safra de sorgo e girassol.
De acordo com o economista do Deral, para o conjunto de produtos cujo calendário agrícola permite fazer avaliações, a produção deve apresentar crescimento de produção de 9,7% em relação a 2003/04 (20.564.040 toneladas contra 18.751.149 toneladas), em função da recuperação da produtividade das lavouras de soja.
Ainda de acordo com Norberto Ortigara, a queda dos preços das principais comodities e o aumento dos custos de produção deixam os produtores bastante indecisos quanto às opções de cultivo na segunda safra de grãos de verão e na safra de cereais de inverno. Apesar disso, não descarta-se a possibilidade da safra de grãos, em 2004/05, aproximar-se do recorde obtido em 2002/03, que foi de 30,34 milhões de toneladas.
O técnico do Deral esclareceu também que o clima bastante instável em novembro e em dezembro deste ano provocou estragos e dificultou o melhor desenvolvimento das lavouras de feijão e de fumo. "As altas temperaturas e a falta de chuvas já começaram a preocupar produtores de soja e de milho, pois podem afetar o melhor desempenho das lavouras, especialmente daquelas em fase de floração e frutificação", concluiu Norberto Ortigara.