O Paraná deverá produzir 21,16 milhões de toneladas de grãos, ou seja, 27,1% a mais do que as 16,65 milhões de toneladas produzidas na safra passada. Segundo o novo levantamento realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura, o Estado deverá ter uma área plantada de 1,369 milhão de hectares. Isto representa 6,8% superior àquela cultivada no ano passado. O anúncio foi feito ontem pelo vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti.
O secretário lembrou que a atual estimativa é superior à apresentada em agosto, quando foi divulgado o primeiro levantamento. ?Podemos verificar um aumento da área plantada com milho na safra normal, ou seja, na primeira safra. De acordo com o novo levantamento, o Paraná deverá ter uma área de 1,369 milhão de hectares. Isto representa uma área 6,8% superior àquela cultivada no ano passado?, detalhou.
Até o momento, 28,1% da área destinada à cultura foi plantada. Segundo o secretário da Agricultura, o plantio até poderia estar mais adiantado. ?Mas as chuvas que ocorreram nos últimos dias acabaram impedindo o avanço da atividade no interior do Estado?, explicou.
Segundo ele, pode-se verificar um aumento da área plantada com milho na safra normal, ou seja, na primeira safra. De acordo com o novo levantamento, o Paraná deverá ter uma área de 1,369 milhão de hectares. Isto representa uma área 6,8% superior àquela cultivada no ano passado.
A produção estimada é de 8,177 milhões de toneladas. Segundo o responsável pelo Setor de Previsão de Safras do Deral, Dirlei Antônio Manfio, a produtividade do milho deve ser de 5.971 quilos por hectare. ?Caso se confirme esta produtividade, ela será 17,6% superior à verificada na safra passada, que sofreu muito com a estiagem?, lembrou.
A segunda estimativa de plantio da safra de verão 2005/06 aponta um crescimento de 14,7% da área plantada com o feijão das águas, ou seja, o da primeira safra. No ano passado, foram cultivados 44.593 hectares com a leguminosa. Segundo técnicos do Deral, 35,2% da área destinada à cultura já está semeada.
Redução
De acordo com o levantamento, as áreas destinadas ao plantio de algodão e de soja devem ficar ainda menores. No caso do algodão, estima-se que sejam cultivados apenas 29.824 hectares. ?Na safra 2004/05, o Paraná plantou algodão em 56.965 hectares?, lembrou Manfio.
Segundo o técnico do Deral, a longa estiagem da safra passada comprometeu a produtividade da cultura, que foi de 1.377 quilos por hectare. Na safra 2005/06, o Estado deverá colher 2.390 quilos por hectare. ?Assim, vamos voltar aos patamares normais. Estimamos uma produção de 71.290 toneladas, ou seja, 9,1% inferior à obtida em 2005. Isto em decorrência da redução de área?, disse.
No caso da soja, o levantamento do Deral confirma a tendência de redução da área, já apontada na estimativa de agosto. De acordo com o novo levantamento, o produtor do Paraná deixará de semear soja em aproximadamente 124 mil hectares em favor de outras culturas, com o milho e feijão. Deverão ser plantados 3,992 milhões de hectares com o grão. Isto representa uma redução de 3,0% em relação à área cultivada na última safra. O Estado deve produzir 12,085 milhões de toneladas, ou seja, 27,7% a mais do que foi colhido na safra passada, quando o Paraná produziu 9,466 milhões de toneladas de soja.
Seca e chuvas afetaram produção de inverno
Dos 1,696 milhão de hectares ocupados com grãos de inverno, da safra 2004/05, cerca de 765 mil hectares já foram colhidos, ou seja, 45,1%. Em algumas regiões do Estado, os produtores aproveitam a trégua das chuvas e colhem. A estiagem, que marcou o início da safra, e o excesso de chuvas da fase final já afetaram a produção de grãos de inverno. O potencial produtivo era de 3,89 milhões de toneladas. Porém, a produção atualmente prevista é de 3,64 milhões de toneladas. Uma perda de 6,4%.
De acordo com o Deral, a cultura mais afetada é a canola. ?Além de apresentar perda de área, está tendo uma produtividade bem inferior à esperada. Principalmente na região de Maringá. Isto indica que a produção da cultura no Estado será 36,7% inferior ao potencial produtivo da safra 2004/05?, disse Manfio.
O trigo, principal produto cultivado no inverno, é a segunda cultura mais afetada. A produção esperada era de 3,11 milhões de toneladas. Mas as adversidades climáticas afetaram as lavouras. Com isso, a produção atualmente estimada é de 2,87 milhões de toneladas: um recuo de 7,6%. A produtividade esperada em condições normais era de 2.445 quilos por hectare. Atualmente, está estimada em 2.260 quilos por hectare.
13,3 mil famílias receberão recursos do Bolsa Estiagem
Agricultores familiares do Paraná começam a receber a partir de hoje os recursos do Programa Bolsa Estiagem, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Cada uma das 13.362 famílias, de 83 municípios atingidos pela seca, receberá R$ 300,00, totalizando a liberação de mais de R$ 4 milhões. Em toda a região Sul do País serão mais de 97 mil beneficiados, em 685 municípios, com um total de R$ 35 milhões. O programa tem o objetivo de minimizar os prejuízos dos agricultores que sofreram com a forte estiagem no campo durante o último verão.
Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, esse é um esforço muito importante do governo federal no sentido de reconhecer os prejuízos importantes que foram provocados pela seca. ?É uma contribuição para que possa haver uma diminuição dos prejuízos a essas famílias?, ressaltou.
Segundo o delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Paraná, Reni Antônio Denardi, o governo do Estado vai liberar para cada uma dessas famílias mais R$ 200,00, que podem ser retirados no banco junto com os recursos federais. Além disso, a delegacia vai promover na semana que vem alguns atos para divulgar os pagamentos nos municípios com maior número de beneficiados. A bolsa será paga em parcela única, nas agências do Banco do Brasil. Para retirar o auxílio, basta o agricultor se dirigir ao caixa do banco com o documento de identidade e CPF. Para os correntistas do Banco do Brasil, o dinheiro pode ser creditado automaticamente na conta corrente.
Além de perda acima de 50% na lavoura, para serem contemplados, os candidatos ao auxílio emergencial não podem ter contratado operação de Pronaf Custeio na safra 2004/2005, não devem ser beneficiários de programas permanentes de transferência e não terem ultrapassado a renda média mensal de até dois salários mínimos.
O ministro Miguel Rossetto explicou que o MDA teve muito rigor neste programa para assegurar que a relação de beneficiários seguisse rigorosamente os critérios estabelecidos e que todas as famílias que têm direito a receber esses recursos fossem atendidas.
Rosseto disse ainda que, ao mesmo tempo, o governo federal continua dando seqüência ao pagamento das indenizações do Seguro da Agricultura Familiar em todo o País, com a liberação por medida provisória de um crédito suplementar no valor de R$ 440 milhões, na última sexta-feira (30).