Safra internacional fez preço ao produtor cair, diz IBGE

Os ajustes após os aumentos de preços nos alimentos devido à estiagem e a perspectiva de expansão de oferta de grãos em nível mundial contribuíram para que os alimentos registrassem a sexta deflação seguida no âmbito do Índice de Preços ao Produtor (IPP), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado nesta quinta-feira, 31. Os alimentos recuaram 0,14% e já acumulam queda de 1,68% no ano, no âmbito da indústria.

“O maior impacto vem dos produtos derivados da soja. Nesse período, houve queda no preço do grão, principalmente por causa de maior oferta norte-americana no período”, explicou o gerente do IPP, Alexandre Brandão, da Coordenação da Indústria do IBGE.

Segundo o IBGE, ficaram mais baratos tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja, além do próprio óleo de soja refinado. No sentido contrário, biscoitos e bolachas ficaram mais caros diante de uma maior demanda, enquanto o açúcar cristal ficou mais caro apesar da cana-de-açúcar mais barata. “Mas ele já vinha de dois meses de queda. O que algumas empresas disseram foi que houve aumento de demanda interna. Outras responderam que foi aumento de demanda externa. Então, foi uma questão de oportunidade das empresas”, ressaltou Brandão.

No caso dos preços de petróleo e álcool, que caíram 0,48%, os destaques foram o álcool hidratado, as naftas, o querosene de aviação e o óleo diesel e outros óleos combustíveis, todos com sinal negativo. De acordo com Brandão, a queda do álcool é reflexo da safra de cana-de-açúcar. No caso da nafta, a maior oferta no mercado internacional explica o recuo de preços.

“Quando a nafta cai, ela acaba repercutindo também no setor químico”, adicionou o gerente do IPP. No caso de outros produtos químicos, o recuo de 1,12% (-0,12 ponto porcentual de impacto) foi a quarta queda seguida, acompanhando o que acontece com indústria de modo geral.

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