Safra de verão no Estado pode chegar a 20,8 mi de toneladas

Foto: Arquivo/O Estado

Produção de soja está estimada em 11,84 milhões de toneladas.

A Secretaria Estadual da Agricultura divulgou ontem, em Curitiba, o segundo levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) sobre a safra de verão 2006/07. Os técnicos do Deral informaram que a produção de grãos de verão no Paraná poderá atingir, em condições normais, 20,86 milhões de toneladas. Segundo eles, a produção estimada representará um aumento de 18,3% em relação à última safra, quando o Estado colheu 17,64 milhões de toneladas. A estimativa é baseada em dados obtidos a campo até o dia 25 de setembro.

O secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, ressaltou que o levantamento do Deral aponta a expansão de área plantada e, conseqüentemente, o crescimento da produção de culturas como soja, cana-de-açúcar, algodão, arroz, feijão, batata e tomate.

Em relação à soja, o Paraná deverá plantar 3,93 milhões de hectares com o grão. Assim, serão 50 mil hectares a mais com o produto. Ou seja, um crescimento de 1,3%. A produção estimada é de 11,84 milhões de toneladas de soja. ?Caso as lavouras tenham um desenvolvimento normal, a produção do Paraná poderá ser 27,9% maior à verificada este ano, que foi prejudicada pela falta de chuvas?, disse o secretário.

O levantamento do Deral indica que deverão ser cultivados 509,3 mil hectares com cana-de-açúcar. A intenção de plantio aponta um crescimento de 17,5% da área plantada comparado à safra passada. A área plantada com algodão deverá ficar 9,1% maior. Espera-se cultivar 15,4 mil hectares. Diante dessa intenção de plantio, o Paraná poderá produzir 34,4 mil toneladas.

Deverão ser cultivados 58,5 mil hectares de arroz. Com isso, a produção poderá chegar a 186 mil toneladas, ou seja, 7,8% a mais que em 2006. Quanto ao feijão das águas, o levantamento do Deral aponta que poderá haver uma expansão de 9,3% da área em relação à cultivada em 2005. Deverão ser 33,7 mil hectares a mais, totalizando 394,6 mil hectares com o produto. Assim, o Estado poderá colher 615,9 mil toneladas de feijão das águas, ou seja, 36,6 % a mais que o obtido na safra anterior.

A área plantada com batata da safra das águas está estimada em 16,9 mil hectares. Esta área indica um crescimento de 9,1% comparado à safra 2005/06. Quanto à produção, os técnicos do Deral estimam 408,8 mil toneladas, o que representa um crescimento de 30,3%. A área com tomate deverá crescer 7% na safra 2006/07. Com isso, o Paraná poderá produzir 132 mil toneladas. Confirmado este volume, o Estado produzirá 15,4 % a mais de tomate comparado a 2006.

Para o milho, a previsão é que o estado deverá cultivar 1,32 milhão de hectares. Esta área indica redução de 12,7% em relação a 2005. O levantamento também aponta redução de 11,4% na área cultivada com mandioca. A produção está estimada em 3,6 milhões de toneladas. Ou seja, 13,1% a menos que o obtido em 2006.

Safra 2005/06

Em conseqüência das geadas que atingiram o Paraná, foi reavaliada a estimativa da produção de grãos de inverno. Assim, os técnicos do Deral estimam que a produção de grãos da safra 2005/06 será de 23,38 milhões de toneladas. Ou seja, uma redução de 20,2% diante de um potencial produtivo de 29,31 milhões de toneladas. O secretário da Agricultura afirmou que, apesar das adversidades climáticas ocorridas durante a safra, o volume de grãos estimado ainda é 4% superior ao verificado na safra 2004/05.

Conab indica menor área de plantio

A primeira estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2006/07, que começou a ser plantada em meados de setembro, indica que os agricultores ocuparão entre 44,7 milhões e 45,7 milhões de hectares com o cultivo de grãos, uma redução de 5,3% a 3,3% em relação ao plantio de 47,3 milhões de hectares no ano agrícola anterior. Os números foram divulgados ontem, pelo ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, e pelo presidente da Conab, Jacinto Ferreira.

Eles reconheceram que a queda na área de plantio é conseqüência da crise vivida pelo setor no governo Lula e avaliaram também que as baixas cotações dos produtos agrícolas não estimularam o plantio. Apesar disso, o ministro disse que a prorrogação das dívidas dos produtores e as medidas de apoio à comercialização, adotadas recentemente, impediram um recuo mais significativo na área plantada. Segundo ele, estimativas da iniciativa privada indicavam que a queda na área de cultivo de grãos seria de 10%. ?Essa pequena redução na área demonstra o acerto das políticas de apoio ao setor?, sustentou Guedes Pinto.

De acordo com o ministro, até o final do ano o governo vai alocar R$ 2,45 bilhões para políticas de apoio à comercialização Só com a soja, principal grão cultivado no país, os gastos somam R$ 1 bilhão.

Segundo o presidente da Conab, o uso de tecnologia nas lavouras e a escolha de terrenos mais produtivos para o plantio impedirão que a produção de grãos na safra 2006/07 caia na mesma proporção da área plantada. Conforme a previsão da Conab, a produção pode cair 1,8% em relação à safra passada ou crescer 0,6%. Na safra 2005/06, a produção de grãos foi 119,9 milhões toneladas. Assim, em 2006/07, os produtores devem colher de 117,7 milhões a 120,6 milhões de toneladas de grãos, dependendo das condições climáticas até o período de colheita.

A nova previsão da Conab mostra que o recorde de produção de grãos no país continua sendo a safra 2002/03, quando os produtores colheram cerca de 123,2 milhões toneladas de grãos. Aquela safra foi plantada durante o governo Fernando Henrique Cardoso e colhida no governo Lula. Após dizer que todos os indicadores macroeconômicos do governo Lula são melhores do que os da gestão anterior, Guedes Pinto alegou que a agricultura brasileira foi prejudicada nos últimos anos por problemas climáticos. ?Nós tivemos uma seca que nunca houve no governo Fernando Henrique Cardoso?, disse Guedes.

O ministro descartou o risco de falta de alimentos no mercado interno em 2007. ?Os estoques de passagem dos principais grãos são e continuarão confortáveis?, afirmou. De acordo com o levantamento, a área plantada com soja na safra 2006/07 deve ficar entre 20,53 milhões e 21,10 milhões de hectares, queda de 7,6% a 5,1% em relação a área plantada de 22,23 milhões de hectares em 2005/06. A redução na área tem como causa o endividamento do produtor rural nas últimas três safras, avaliou o governo.

Mesmo com a redução da área plantada a produção de oleaginosa deve crescer entre 0,2% e 3% na safra 2006/07. ?Os produtores optaram por plantar somente nas áreas mais produtivas para obterem melhores produtividades?, disse o ministro. O destaque no levantamento foi o crescimento de 12,5% a 18,4% na área plantada com algodão. O aumento é resultado da melhora dos preços da pluma nos mercados interno e externo. Além disso, devido à crise dos últimos anos, muitos produtores de soja do centro-oeste migraram para a cultura do algodão.

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