O primeiro levantamento da safra de grãos de verão para o período 2010/2011, no Paraná, divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), apontou uma possível redução de 7% na produção, em relação ao período imediatamente anterior.

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Enquanto, em 2009/2010, a produção foi de 21,4 milhões de toneladas de grãos, agora se prevê um total de 19,9 milhões de toneladas. A redução se explica pela preferência crescente dos produtores pela soja, mais rentável, ao invés do milho, que apesar de mais produtivo, não tem compensado os custos.

De acordo com a Seab, a área total usada para a cultura de grãos não deve mudar, no Estado, ficando em 5,6 milhões de hectares. A queda na produção se explica pelo menor rendimento da soja – em média, em uma mesma área, consegue-se produzir o dobro de milho.

A área usada para a soja deve aumentar 3%, em 100 mil hectares, passando para 4,5 milhões de hectares. Já a produção do item deve cair 1%, passando para 13,7 milhões de toneladas.

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Enquanto isso, a área plantada com o milho, na primeira safra, deve perder 138 mil hectares e ficar 15% menor que na temporada passada, ficando com 762 mil hectares. Com isso, a produção também deve cair, de 6,8 milhões para 5,5 milhões de toneladas (diferença de 20%).

Segundo o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Erikson Camargo Chandoha, a soja tem apresentado menor custo de produção e maior liquidez no mercado. Além disso, o manejo das lavouras de soja é mais fácil, e o risco climático da cultura, menor.

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A Seab lembra que, pelo menos nos últimos cinco anos, os produtores têm preferido substituir a primeira safra de milho pela soja, e cultivar milho no período da safrinha.

“O milho safrinha equilibra o mercado”, explica Chandoha, ressaltando que a cultura da safrinha é de maior risco, devido ao clima. “Mas a decisão é sempre do produtor. E quem manda é o mercado”, afirma.

Feijão

Alheios às dúvidas entre produzir milho ou soja, os produtores de feijão devem produzir quase 580 mil toneladas em 2010/2011, aumentando em 19% a produção.

A área plantada, deve crescer 8% no período, passando para 345 mil hectares. Segundo a Seab, o motivo são os preços vantajosos: enquanto os custos variam em torno dos R$ 60 a saca, a variedade mais barata do produto tem sido vendida a R$ 75.

A cebola (20%), o tomate (18%), a batata (12%), a mandioca (9%) e o fumo (6%) também devem passar por aumento na produção. Chandoha explica que esses produtos vêm alcançando bons preços no mercado, e isso reflete em maiores áreas dedicadas a seus plantios.

La Niña

Se a previsão de safra 7% menor não preocupa tanto a Seab, o fenômeno climático La Niña promete trazer dor de cabeça aos produtores e técnicos. Pelas previsões, o fenômeno deve trazer menos chuvas na primavera e no verão, que são os períodos em que as lavouras precisam de mais umidade.

Para minimizar o problema, a Seab está recomendando que os produtores adotem um plantio escalonado e construam, se possível, reservatórios para captação e armazenagem de água.

Além disso, a secretaria aconselha aos produtores que sigam as recomendações das áreas de pesquisa e assistência técnica, além de seguirem o zoneamento agrícola.