Foto: Agência Brasil |
Ministro Reinhold Stephanes: safra vai crescer 11,20%. |
Brasília – A expansão do plantio da cana-de-açúcar para 6,62 milhões de hectares vai levar o Brasil a estabelecer um novo recorde de produção na safra 2007/08. A colheita será de 528 milhões de toneladas, de acordo com o primeiro levantamento realizado pela Conab e divulgado ontem pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes.
O resultado representa um aumento de 11,20% sobre a safra anterior, de 474,8 milhões/t. A área plantada também cresceu 7,4% sobre os 6,16 milhões de hectares daquele período. Houve aumento ainda de 3,5% na produtividade em razão de novas variedades de cana e melhores condições tecnológicas. A maior produção está concentrada no Centro-Sul, com 461,6 milhões/t (87,4%) do total. O destaque vai para o Estado de São Paulo, com 66,9% do plantio da região. Já o Norte-Nordeste é responsável por 66,3 milhões/t (12,6%) da colheita nacional.
Destino
A maior parte da cana (468,2 milhões/t ou 88,7%) será destinada à indústria sucroalcooleira, sendo 236,6 milhões/t (50,5%) para o álcool e 231,6 milhões/t (49,5%) para o açúcar. O restante (159,8 milhões/t, ou 11,3%) será usado na produção de cachaça, açúcar mascavo, rapadura, sementes e ração.
O álcool terá o maior volume da história, com 20,01 bilhões de litros, resultado 14,54% superior ao da última safra. Destes, 10,6 bilhões/l são de álcool hidratado, 9,35 bilhões/l de anidro e o restante do tipo neutro. O resultado se deve à forte demanda do produto nos mercados interno e externo, motivado principalmente pela fabricação de carros flex. Já a produção de açúcar está estimada em 31,3 milhões/t, aumento de 3,6% sobre a safra passada.
A pesquisa foi realizada por 40 técnicos da Conab junto a 338 usinas/destilarias e 60 entidades de classe, como cooperativas e instituições públicas e privadas, no período de 29 de abril a 12 de maio.
Plano integrado para sanidade animal
Belo Horizonte (AE) – Os governos de sete estados brasileiros e mais o Distrito Federal assinaram ontem um protocolo de intenções para a criação de um plano de ação integrada para a defesa sanitária. Assinaram o termo representantes de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
O principal objetivo do acordo é o intercâmbio de informações entre os estados limítrofes. Para isso serão designados dois servidores de cada órgão estadual de defesa sanitária para compor um grupo de trabalho, com a tarefa de elaborar um plano de ação integrada para a instalação de barreiras sanitárias nos limites territoriais dos signatários do protocolo.
O secretário de Estado da Agricultura de Minas, Gilman Viana Rodrigues, explicou que o grupo será permanente e deverá estabelecer um procedimento único de controle do trânsito de animais e vegetais. A estimativa é de que estes estados sejam responsáveis por um número entre 60% e 65% do rebanho bovino comercial brasileiro.
Os recursos necessários para viabilizar o grupo serão disponibilizados pelos próprios governos estaduais. Pelo compromisso firmado, o grupo de trabalho terá 60 dias para concluir o plano de ação. A expectativa é de que futuramente este grupo de trabalho seja ampliado com a participação de outros estados. ?Pretendemos consolidar métodos de trabalho, mas acredito que depois todos vão querer entrar?, disse.
Álcool pode voltar a 25% na gasolina
A expectativa de uma produção recorde de cana-de-açúcar na safra 2007/08, aliada à tendência de queda nos preços do álcool no mercado interno, fez com que o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, voltasse a defender o aumento da mistura de álcool na gasolina. ?Temos elementos técnicos que permitem a retomada da adição de 25% de álcool à gasolina?, disse o ministro. A expectativa é que o aumento ocorra ainda no mês de junho.
Ao falar sobre o possível recorde na safra, anunciado ontem, o ministro informou que o setor produtivo, juntamente com as empresas e o governo, está estudando formas de minimizar a volatilidade dos preços do álcool no mercado interno. A forma preferida pelo governo seria por meio da fixação de preços na Bolsa Brasileira de Mercadorias (BM&F), mas não está descartada a possibilidade de se formarem estoques reguladores.
?Já existe uma capacidade instalada de armazenamento nas empresas, mas a Petrobras poderia entrar eventualmente no mercado para formar estoques?, disse Stephanes. O ministro informou que as medidas anti-volatilidade entrariam em operação a partir de 2008.
O ministro lembrou que em 2007 entraram em operação 18 novas usinas de cana-de-açúcar. Além disso, outras 30 estão sendo instaladas e há a previsão de que outras 50 estejam em funcionamento nos próximos três anos.