Safra de 2006 supera 126 milhões de toneladas

A primeira previsão do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para a safra de grãos de 2006 aponta um crescimento de 12,20% em relação à safra de 2005. Segundo o instituto, a produção de caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale (híbrido de trigo e centeio) deve chegar a 126,635 milhões de toneladas.

Caso esse prognóstico se confirme, a safra de 2006 será recorde. A marca anterior é de 123 milhões de toneladas referentes à produção de 2003. ?O prognóstico representa o que esperamos colher em 2006, se analisarmos a série histórica, caso se confirme, representará um recorde?, afirmou Neuton Alves Rocha, gerente da pesquisa.

A produção de grãos em 2005 foi de aproximadamente 112,862 milhões de toneladas.

A estimativa da área plantada ou a plantar é de 46,867 milhões de hectares, o que representa uma queda de 4,46% em relação a de 2005, que foi de 49,053 milhões de hectares. Segundo Rocha, a perspectiva de redução na área plantada é resultado dos preços baixos dos produtos agrícolas.

De acordo com a previsão do IBGE, a região Sul deverá responder por 42% da produção. O segundo lugar caberá à região Centro-Oeste, com 33% da produção. Em terceiro lugar, a região Sudeste deve produzir 14% do total do País, a região Nordeste, 8% e a região Norte, 3%.

Quatro culturas devem apresentar crescimento em relação à área plantada na comparação com a safra de 2005: cebola (2,69%), feijão em grão, primeira safra (2,60%), fumo em folha (2,45%) e milho, primeira safra (5,93%).

Outros produtos, no entanto, deverão apresentar quedas significativas, como o algodão herbáceo em caroço (-28,07%), amendoim em casca (-2,36%), arroz em casca (-16,32%), batata inglesa, primeira safra (-0,97%), cana-de-açúcar (-2,84%), mandioca (-5,96%) e soja (-6,39%).

Em relação à produção, o IBGE estima que haverá crescimento para os seguintes produtos: cana-de-açúcar, cebola, feijão em grão primeira safra, fumo em folha, milho em grão, primeira safra e soja. Já a produção de algodão herbáceo, amendoim em casca, arroz em casca, batata inglesa, primeira safra e mandioca devem apresentar redução.

O IBGE destaca que as condições climáticas permanecem regulares nos principais pólos produtores de grãos no País. Em 2005, as projeções de safra foram reduzidas em razão dos efeitos de fatores climáticos sobre a produção de grãos, com destaque para os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul. A estiagem afetou não só a produção agrícola, como também a indústria do Estado por conta da menor produção de máquinas e equipamentos agrícolas.

Este é o primeiro prognóstico do instituto realizado este ano em relação à área plantada e à produção da safra de 2006. A avaliação considerou as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e os estados de Rondônia, Bahia, Piauí e Maranhão. Para o volume de produção previsto para 2006 foram consideradas também as projeções das chamadas culturas de inverno, como aveia, centeio, cevada e trigo e dos produtos de segunda e terceira safra, que em razão do calendário agrícola ainda não dispõem de dados preliminares.

Segundo o IBGE, as previsões relativas aos demais estados foram feitas com base nas informações de anos anteriores.

Soja vai representar quase a metade da safra

O primeiro prognóstico para a safra de 2006 divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que a soja deve representar 46,40% da produção total de grãos do País. Segundo o instituto, a produção de soja deverá crescer 15% em razão do aumento da produtividade. Com isso, a produção deverá atingir um volume de 58,741 milhões de toneladas frente a 51,090 milhões de toneladas colhidas em 2005. A previsão do instituto para a produção total de grãos é de 126,6 milhões de toneladas.

A área plantada ou a plantar deve ter um decréscimo de 6,39% no próximo ano e ficar em 21,905 milhões de hectares. A produtividade deverá crescer cerca de 20% (2.743 kg/ha).

O aumento na produção de soja deve ocorrer principalmente na região Sul, onde o IBGE estima um crescimento de 57% com uma produção de 19,668 milhões de toneladas. A produção da região Centro-Oeste deverá crescer 2,34% e atingir 29,209 milhões de toneladas. A região Sudeste deve ter queda de 0,96% na produção, a região Nordeste, queda de 2,19%, e a Norte, de 2,65%.

Segundo o IBGE, os acréscimos para a região Sul revelam uma recuperação dos índices de produtividade que foram bastante atingidos pela seca de 2005. A produtividade no Rio Grande do Sul deve ir dos 655 kg/hectare de 2005 para 1.084 kg/hectare em 2006. Outros estados do País também terão ganhos de produtividade, como Paraná (30%), Santa Catarina (52%) e Mato Grosso do Sul (53%).

?O crescimento na produção de soja previsto para 2006 vem basicamente desses estados, onde as condições climáticas foram muito severas para a cultura na safra de 2005?, informa o relatório do IBGE.

Outros importantes produtores de soja, como Mato Grosso, Goiás e Bahia, deverão apresentar redução nas estimativas para 2006 em razão dos preços baixos, da descapitalização dos produtores e da desvalorização do real.

O maior produtor de soja do País, Mato Grosso, deverá ter quebra na área plantada e na produção esperada, de 6,35% e de 3,37%, respectivamente.

 

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