Foto: José Gumercindo/SECS |
Milho será um dos produtos que vai alavancar a produtividade do Estado. |
O Paraná deve colher este ano 24,8 milhões de toneladas de grãos – quase 13% a mais do que na safra passada, quando foram colhidos 22 milhões de toneladas. Em nível nacional, o crescimento deve ser menor: 121,970 milhões de toneladas previstos para este ano contra 112,454 milhões contabilizados no ano passado, ou seja, aumento de 8,46%. As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A produção do Paraná deve responder este ano por 20% do total da safra brasileira. De acordo com o gerente de pesquisa do LSPA, Neuton Alves Rocha, está prevista a colheita de 9,2 milhões de toneladas de soja no Estado. No ano passado, a safra foi de 9,4 milhões de toneladas da oleaginosa. Já no caso do milho, houve aumento da área plantada e a expectativa é que 7,5 milhões de toneladas do grão sejam colhidos – 17% a mais do que o contabilizado no ano passado (6,4 milhões de toneladas). ?A área plantada aumentou de 1,2 milhão de hectares para 1,5 milhão, um crescimento de quase 20%?, ponderou.
País
Em nível nacional, o número da safra ficou abaixo do que vinha sendo previsto em janeiro (126 milhões de toneladas) e em fevereiro (123,9 milhões de toneladas), mas ainda sinaliza recuperação do setor em relação ao ano passado, quando a estiagem prolongada e o excesso de chuva em vários pontos do País causaram grandes perdas na agricultura.
De acordo com Neuton Rocha, a queda nos prognósticos para a safra de 2006 que, de dezembro para cá, já representam 7 milhões de toneladas, se deve às condições climáticas desfavoráveis dos últimos meses, com estiagens no Nordeste e no Rio Grande do Sul.
O estudo também registrou estimativa de redução de 2,48% na área plantada do País. São contabilizados para este ano 46,427 milhões de hectares plantados, enquanto, no ano passado, a área de plantio foi de 45,605 milhões de hectares. Neuton Rocha atribuiu a retração na área plantada à queda dos preços dos produtos agrícolas no País, que fez com que o setor agrícola investisse menos.
No caso específico da soja e do algodão, que têm a produção voltada em grande parte para as exportações, a retração também é atribuída à baixa nos preços do mercado internacional causada pela valorização do real frente ao dólar. A última queda na área plantada de grãos no Brasil foi observada em 2001, quando houve diminuição no plantio de feijão.
O especialista do IBGE explicou, no entanto, que a redução de área plantada não irá significar, necessariamente, queda na produção, principalmente porque as condições do clima este ano estão mais favoráveis.
Dos 25 produtos avaliados pelo IBGE, 14 tiveram aumentada a expectativa de produção para 2006 e 11 estão com estimativa de queda. Houve crescimento principalmente nas culturas de milho segunda safra (25%), café (18,92%) e milho primeira safra (18,52%). Perdas são esperadas no cultivo da mamona (-32,64%), do algodão herbáceo (-21,91) e da batata inglesa, terceira safra (15,73%).