economia

Safra 2018 de soja será recorde de 115,6 milhões de toneladas, diz IBGE

A produção nacional de soja será 0,6% maior neste ano, em relação ao total obtido em 2017, a 115,6 milhões de toneladas, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de abril, divulgado nesta quinta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ante a projeção de março, houve aumento de 1%.

Ao todo, foram 1,1 milhão de toneladas a mais que a estimativa de março e 0,6 milhão de toneladas a mais que 2017. No comparativo entre abril e março, as maiores altas ocorreram em Mato Grosso do Sul (810,0 mil toneladas, 9,1%), São Paulo (480,1 mil toneladas, 16,9%) e Goiás (100,6 mil toneladas, 0,9%), enquanto as maiores reduções foram em Rio Grande do Sul (428,9 mil toneladas, 2,4%) e Paraná (45,3 mil toneladas, 0,2%).

A safra recorde pode ser atribuída ao aumento de área, de 2,6%, em relação a 2017, tendo em vista que o rendimento médio de 3.324 kg/ha, em 2018, foi 2,0% menor que o de 2017 (3.392 kg/ha).

Embora as chuvas no início do plantio da safra 2018 tenham atrasado, não houve maiores problemas climáticos no Centro-Oeste e no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e oeste da Bahia), durante o ciclo da oleaginosa.

Milho

A produção nacional de milho segunda safra, a safrinha, será de 60,92 milhões de toneladas este ano, segundo o IBGE. O resultado representa queda de 11% em relação ao desempenho do cereal em 2017, porém, ante a análise de março, foram apontados aumentos nas estimativas de produção (0,4%), área plantada (0,3%) e rendimento médio (0,2%).

Para a safra de verão, ou primeira safra, a produção foi estimada em 25,63 milhões de toneladas, redução de 17,5% ante 2017. Foram feitos ajustes negativos nas perspectivas de produção (3,2%), área plantada (2,9%) e rendimento médio (0,3%) comparadas ao levantamento de março.

Segundo o IBGE, A queda de 860,2 mil toneladas estimadas para a primeira safra foi parcialmente compensada pelo aumento de 250,8 mil toneladas na safrinha, resultando na diminuição de 609,4 mil toneladas na safra de 2018 ante o desempenho do ano passado.

“Na safra verão, os produtores priorizaram o plantio da soja, graças a melhores expectativas de rentabilidade”, informa o instituto em nota.

Reavaliações da produção em São Paulo (-382,9 mil toneladas), Rio Grande do Sul (-353,1 mil toneladas) e Santa Catarina (-206,7 mil toneladas) foram as principais causas para o corte das estimativas da primeira safra em abril, em relação às de março. Para a safrinha, São Paulo destacou-se com aumento de 775,5 mil toneladas de grãos. Mato Grosso do Sul teve maior queda de produção, com 540,0 mil toneladas.

Arroz

Outra revisão negativa da análise de abril que merece destaque foi apurada no mercado de arroz. De acordo com o IBGE, a produção de 2018 será de 11,6 milhões de toneladas, 6,8% menor ante 2017 e 1,4% mais baixa comparada ao levantamento de março.

“Os dados foram influenciados, principalmente, pelo Rio Grande do Sul, maior produtor do cereal com 70,1% do total nacional, que este mês reduziu sua estimativa de produção em 2,3%, totalizando 8,1 milhões de toneladas”, relatou o instituto.

Café

A produção brasileira de café em 2018 deve atingir 3,3 milhões de toneladas (55,3 milhões de sacas de 60 kg), segundo o IBGE. O resultado representa um aumento de 4,4% em relação à estimativa de março, enquanto o rendimento médio cresceu 4,7% no período.

Conforme o IBGE, o clima mais chuvoso tem favorecido as lavouras nos principais Estados produtores. A estimativa da produção do café arábica (2,5 milhões de toneladas, ou 42,1 milhões de sacas) aumentou 3,4%, reflexo do rendimento médio, que cresceu na mesma proporção. São Paulo atualizou dados, estimando uma produção de 358,9 mil toneladas (6,0 milhões de sacas), aumento de 32,1%, acompanhando o rendimento médio (alta de 31,3%).

Na Bahia, a estimativa da produção caiu 2,8% por causa da reavaliação no rendimento. Houve aumento de 27,2% na área plantada de café arábica no Estado, sendo incorporados 25,0 mil hectares. Contudo, a maior parte dessa área deve começar a produzir somente nos próximos anos. O Rio de Janeiro também informou retração de 6,7% na estimativa de café arábica, por causa da redução de 4,4% no rendimento e de 2,2% na área a ser colhida.

Para o café conilon (robusta), a estimativa de produção do IBGE é de 789,7 mil toneladas (13,16 milhões de sacas), aumento de 7,7% em relação a março. A área a ser colhida caiu 1,5%, contudo, o rendimento médio aumentou 9,3%.

Rondônia, segundo maior produtor, com 146,2 mil toneladas (2,4 milhões de sacas de 60 kg), reavaliou sua produção, estimando aumento de 67,6%, refletindo o rendimento médio (aumento de 79,9%), enquanto a área a ser colhida caiu 6,8%. A cafeicultura do Estado vem ganhando em produtividade nos últimos anos, em graças a maiores investimentos em tecnologia.

Na Bahia, a estimativa da produção caiu 3,0%, refletindo reduções de 2,2% na área a ser colhida e de 0,8% no rendimento médio.

Trigo

A produção nacional de trigo deve alcançar 5,62 milhões de toneladas em 2018, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de abril. O resultado representa uma expressiva alta de 32,5% em relação ao desempenho do cereal em 2017 e avanço de 1% ante a análise de março.

O rendimento médio foi elevado em 0,9% e a área plantada e a área a ser colhida cresceram 0,1%. “No Paraná, a estimativa da produção caiu 0,6% graças a queda de 0,6% na área a ser plantada. No Rio Grande do Sul, a estimativa da produção aumentou em 3,4%, em virtude de melhores expectativas com o clima”, explicou o instituto em nota.

Já em São Paulo, a estimativa da produção caiu 5,8%, sendo detectada redução da área a ser colhida com o cereal na mesma proporção.

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