Foto: Arquivo/O Estado

Rebanho de mais uma fazenda do Estado aguarda a chegada dos técnicos para o abate.

continua após a publicidade

Depois da trégua de dois dias, o sacrifício sanitário dos animais suspeitos de febre aftosa no Paraná será retomado. A informação é da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), que confirmou para hoje à tarde o início dos trabalhos na Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira – primeiro local declarado como foco de aftosa pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Estado, no dia 6 de dezembro. A propriedade tem um rebanho de 1.795 animais, avaliado em R$ 1,285 milhão. Essa será a quinta propriedade a ter os animais sacrificados, de um total de sete decretadas como focos da doença no Estado.

A Seab, através da assessoria de imprensa, preferiu não arriscar quantos dias serão necessários para finalizar o sacrifício na Fazenda Cachoeira. Até então, os rebanhos eram menores e o abate começava e terminava em único dia. Caso das duas propriedades de Maringá – Cesumar e Pedra Preta -, que tiveram os 377 animais sacrificados na quarta-feira, dia 8. Também na Fazenda Flor do Café, em Bela Vista do Paraíso, o abate foi rápido: cerca de três horas para sacrificar os 84 animais na última sexta-feira. No sábado, foi a vez dos 39 animais da Fazenda Santa Izabel, em Grandes Rios.

No caso da Fazenda Cachoeira, uma pendência judicial atrasou o início dos trabalhos. O advogado da fazenda, Ricardo Jorge Rocha Pereira, apresentou um requerimento exigindo a presença de um perito do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), para acompanhar a coleta de material dos animais para exames de necropsia. No fim da tarde de sexta-feira, o juiz da 3.ª Vara da Justiça Federal de Londrina, Cleber Otero, determinou que o trabalho fosse iniciado com base na existência da Comissão da Necropsia, já formada, que conta com a participação de uma representante da Panaftosa.

Outro empecilho também atrasou os trabalhos na Cachoeira. Como a propriedade está localizada em solo com nascentes e lençol freático, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente determinou a colocação de uma manta texturizada nas valas onde serão enterrados os animais mortos, mas houve atraso na entrega do material.

continua após a publicidade

Até agora, quinhentos animais já foram mortos, de um total de 6,7 mil. Os maiores rebanhos foram deixados por último: além da Fazenda Cachoeira, com 1,8 mil animais, faltam ainda os rebanhos das fazendas Alto Alegre e São Paulo, em Loanda, com 1.903 e 2.500 animais, respectivamente. Nessas duas últimas propriedades, as valas ainda estão sendo abertas. Como na Cachoeira, há a exigência da colocação da manta texturizada.

Sem greve

Em assembléia realizada no último sábado, em Guarapuava, fiscais da Defesa Agropecuária do Paraná descartaram a possibilidade de greve. ?Entendemos que qualquer paralisação dos serviços de Defesa Agropecuária é inadequada, pois é urgente a necessidade de solucionar o problema da febre aftosa. O momento é difícil, pois a febre aftosa trouxe adversidades sócio-econômicas ao Paraná e não desejamos aprofundar essa crise. Importantes lideranças e entidades da agropecuária paranaense apóiam a nossa principal reivindicação, que é a carreira de fiscal da defesa agropecuária?, afirmou o presidente da Associação dos Fiscais, Rudmar Luiz Pereira dos Santos.

continua após a publicidade