O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, defendeu nesta terça-feira, 4, a revisão do modelo tarifário do setor. Em discurso no qual apresentou alguns dos temas que considera relevantes para a companhia discutir, o executivo destacou a necessidade de a Sabesp apresentar uma nova proposta de estrutura tarifária aos reguladores.

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Kelman afirmou que a companhia já recebeu no passado verba do Banco Interamericano de Desenvolvimento para desenvolver estudos sobre novos modelos. “É nossa obrigação fazer proposta para a Arsesp (órgão regulador) sobre modelo que melhor se adeque à nossa área de exploração. Acredito que em alguns meses bateremos o martelo em alguma proposta concreta”, afirmou.

Entre modificações possíveis no modelo, o executivo mencionou a tarifa mínima para o consumo até 10 metros cúbicos. Para ele, essa lógica não incentiva a economia no consumo.

O executivo ainda falou sobre os investimentos em tratamento de esgoto. Questionado pela plateia sobre a redução dos investimentos da companhia nessa área, Kelman afirmou que a empresa “teve de colocar o pé no acelerador em tarefas emergenciais e, com o orçamento limitado, teve que desacelerar outros investimentos”. “É evidente que não vai passar pela cabeça de ninguém descontinuar programas de saneamento”, declarou.

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Outro tema destacado pelo executivo tem relação com contratos de programas junto a municípios. Ele avaliou que a companhia precisa discutir a elaboração de contratos pela frente de forma a reduzir “extravagâncias”. Embora não tenha dado mais detalhes, ele afirmou que é correto a Sabesp ter a intenção de atuar no maior número possível de municípios, embora não deva fazer isso “a todo custo”.

Ao falar em “extravagância”, Kelman citou um exemplo hipotético de tratamento terciário de esgoto numa cidade onde a coleta de esgoto não está completada. “É preciso ter uma lógica de hierarquia de investimento, não é possível fazer todos os investimentos em saneamento de uma só vez”, acrescentou.

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O executivo também levantou ainda o tema da compensação ambiental. Ele defendeu que companhias de saneamento não deveriam pagá-la porque os recursos seriam utilizados na missão ambiental própria do negócio, que é o tratamento de água e esgoto. “Eu fico indignado com a ideia de que empresa de saneamento pague compensação ambiental. Tratar esgoto é una missão ambiental e desviar recursos dessa missão para qualquer objetivo, por mais nobre que seja, não faz sentido”, completou.