A Rússia decretou uma suspensão parcial, que entrará em vigor a partir do próximo dia 20, das importações de animais vivos e de produtos de origem animal brasileiros que não passaram por tratamento térmico, informou o Ministério da Agricultura russo em um comunicado divulgado ontem. A suspensão foi motivada pelos casos de febre aftosa registrados no Brasil na semana passada. O ministério russo não deixou claro se a suspensão se aplicará tanto à carne bovina como à de frango e suína.
A suspensão também atinge a China, que não poderá vender aos russos, já a partir desta sexta-feira, animais vivos e produtos de origem animal que não passaram por tratamento térmico.
“Investigações conjuntas sobre febre aftosa no território chinês, na fronteira com a Rússia, realizados depois de pedidos do serviço veterinário russo, falharam em providenciar informações confiáveis”, informou o comunicado do governo russo sobre a China.
Outro comunicado tratou da questão brasileira, informando apenas o estabelecimento da barreira a produtos de origem animal que não passaram por tratamento de calor (carne in natura).
A nota informa que a restrição “continuará em vigor até que a situação de febre aftosa no Brasil se estabilize”.
Esta é a segunda vez neste ano que a Rússia, um dos principais mercados para as exportações de carne do Brasil, impõe este tipo de restrição.
O Brasil registrou um novo caso de febre aftosa no último dia 13, no Amazonas, região considerada de risco e que não faz parte da área classificada como livre de aftosa pelo governo brasileiro.
Em junho, o governo russo havia suspendido os embarques de carnes depois da descoberta de um foco de aftosa no Pará. Posteriormente, a proibição foi relaxada e apenas o Pará e alguns frigoríficos do Mato Grosso continuaram suspensos.
Em 2003, o Brasil exportou 84 mil toneladas de carne bovina para a Rússia, com valor de US$ 101 milhões, e neste ano, até agosto, já embarcou 134 mil toneladas, com receita de US$ 139 milhões.
As exportações de frango para a Rússia também são significativas e somaram 144 mil toneladas de janeiro a julho deste ano, com receita de US$ 119 milhões.
A febre aftosa não é perigosa para humanos, mas pode provocar perda de rendimento em rebanhos.