Brasília – Os primeiros contatos da missão brasileira com autoridades russas para tentar suspender o embargo à carne brasileira não tiveram resultado prático. O grupo, liderado pelo secretário de Produção e Comercialização do ministério, Linneu Costa Lima, continua hoje as conversas com o Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária. As exportações estão suspensas desde o último dia 18, depois que o governo brasileiro confirmou um foco de febre aftosa no rebanho bovino do município de Monte Alegre, no Pará.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, admitiu ontem que o Brasil precisa do trigo importado para atender o consumo interno. Ele não quis comentar os rumores do mercado de que o País poderia autorizar as importações de trigo da Rússia como ?barganha? para que os russos retomem as compras de carnes do Brasil. Em 2003, segundo Wedekin, a demanda nacional foi estimada em 10,1 milhões de toneladas, sendo que 5,070 milhões de toneladas foram importadas. ?Desde que sejam respeitadas as condições necessárias de qualidade, as regras técnicas e fitossanitárias, o trigo pode ser importado de qualquer origem?, disse Wedekin.
De qualquer forma, a compra do trigo faz parte das conversas em Moscou. No mercado, comenta-se que a análise de risco elaborada pelo governo brasileiro, há cerca de dois anos, identificou a presença de ervas daninhas e pragas no trigo russo.