Rússia mantém embargo à carne do Paraná

O embargo da Rússia às importações da carne brasileira deve perdurar por, no mínimo, mais dois meses. A medida foi imposta em 13 de dezembro, após o anúncio do suposto foco de aftosa no Paraná. O embargo limitou as exportações de carne exclusivamente para aves nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Goiás e Minas Gerais.

Em reunião realizada ontem em Moscou com o diretor do Serviço de Supervisão Veterinária e Fitossanitária da Rússia, Serguei Dankvert, foram entregues documentos comprovando as medidas tomadas no Brasil contra a febre aftosa, inclusive com a questionável sugestão à restrição das importações do Mato Grosso do Sul e do Paraná. Porém às agências de notícias russas, Dankvert adiantou que a análise do material fornecido pelo Mapa deve durar no mínimo dois meses, quando as autoridades voltarão a conversar sobre o embargo.

Enquanto isso, uma missão dos Estados Unidos está em Brasília desde ontem avaliando as ações de combate à febre aftosa mantidas pelo governo federal, por meio do Plano Nacional da Febre Aftosa (Pnefa), e as estratégias específicas para o Mato Grosso do Sul e o Paraná.

Segundo informações da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), nenhum material específico foi preparado para ser apresentado à comitiva norte-americana. Há sim um trabalho em torno da visita de uma comissão da União Européia, que também chegou ontem a Brasília e estenderá a programação com visitas ao Mato Grosso do Sul e ao Paraná. A visita ao Paraná está prevista para a próxima semana e deve ser acompanhada por técnicos da Seab e membros do Conselho de Sanidade Agropecuária do Paraná (Conesa). O diretor da Defesa Sanitária, Fiscalização e Sanidade Agropecuária (Defis), Felisberto Batista, foi procurado para falar sobre as metas, porém estava em reunião com a direção geral da Seab e não atendeu à reportagem.

Prazo

Termina hoje o prazo para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apresentar à Justiça os documentos comprobatórios da existência do foco da febre aftosa na Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira. O proprietário da fazenda, André Carioba, conseguiu uma liminar na 3.ª Vara Federal de Justiça de Londrina que obriga o Mapa a comprovar a existência da doença nos cerca de 1.800 animais sob suspeita. O documento também impede, pelo menos por ora, o sacrifício dos bovinos, determinado pelo Conselho de Seguridade Agropecuária do Paraná (Conesa). Se não apresentar a documentação solicitada pelo juiz Cléber Sanfelici Otero, o Mapa terá que pagar uma multa diária de R$ 1.000,00. Quanto ao recurso que está sendo elaborado pelos advogados da Advocacia Geral da União, segundo informou a assessoria de imprensa do órgão, o documento ainda não está pronto.

Outra expectativa para hoje é a apresentação do resultado da análise feita pelo Lanagro-RS do material coletado em 2.215 animais de dez propriedades dos municípios de Maringá, Loanda, Amaporã e Grandes Rios, primeiras áreas suspeitas de febre aftosa no Paraná.

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