Rússia ingressa na OMC após negociar por 18 anos

Às vésperas de completar 20 anos do colapso da União Soviética, Moscou deve concluir hoje as negociações para a entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC) e no sistema multilateral do comércio. A Rússia era a última grande economia fora da entidade. Mas o processo de negociações, que durou 18 anos, foi alvo de uma série de polêmicas em torno de parceiros que pediam melhor acesso ao mercado russo.

A adesão da Rússia ainda tem uma importância política grande. Trata-se do último do Brics a fazer parte do sistema multilateral do comércio e termina, em teoria, com duas décadas de transição entre a economia soviética planificada para uma economia de mercado, seguindo as regras internacionais. Segundo o Banco Mundial, a adesão da Rússia à OMC poderia representar um aumento de 3,3% no PIB local no médio prazo. No longo prazo, os ganhos chegariam a 11% para a economia de US$ 1,9 trilhão.

Para os demais países, a adesão da Rússia ao sistema representa o principal fato no cenário comercial mundial nos últimos dez anos. Com a Rodada Doha suspensa de forma indefinida e forças protecionistas ganhando terreno por causa da crise, a adesão de Moscou às regras do comércio é vista como o avanço mais concreto na liberalização do comércio desde a entrada da China na OMC, em 2001.

Com uma classe alta cada vez mais ávida pelo consumo e um setor de energia que atrai a atenção mundial, o mercado russo pode representar a abertura de uma nova fronteira para multinacionais ocidentais.

As condições de transição foram cuidadosamente negociadas pelos russos e as barreiras cairão apenas de forma progressiva. Mas a esperança de investidores é de que o monopólio em várias áreas na Rússia finalmente seja rompido. Oficialmente, a Rússia só entraria na OMC em dezembro, quando ministros se reúnem em Genebra para assinar a adesão, poucos dias depois de Moscou comemorar os 20 anos do fim do império soviético. Mas a conclusão dos trabalhos, hoje, já selaria o processo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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