O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que a partir de 1º de junho a Rússia só irá fornecer gás para a Ucrânia caso o país pague antecipadamente pela commodity, confirmando os planos da empresa de energia estatal Gazprom.

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“Dadas as circunstâncias, a Gazprom emitiu uma fatura antecipada para continuar com o fornecimento de gás para a Ucrânia, que é completamente aceito pelo contrato, e depois de 1º de junho as entregas de gás serão limitadas ao montante pré-pago pela empresa ucraniana”, escreveu Putin em um comunicado.

Caso a Ucrânia se recuse a pagar antecipadamente, uma possível paralisação no fornecimento de gás pode afetar clientes europeus, como ocorreu durante disputas de preços anteriores, uma vez que os gasodutos que ligam a Rússia à Europa passam pelo território ucraniano. No entanto, a ameaça de uma paralisação no abastecimento ocorria no verão e o impacto provavelmente seria muito menos grave do que o desligamento de janeiro de 2009, em meio a um inverno rigoroso, que clientes da Europa Ocidental enfrentaram.

Putin reforçou ainda que a Rússia não recebeu nenhum pagamento recentemente de Kiev, embora a Ucrânia tenha recebido US$ 3,2 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI), em uma primeira tranche de ajuda financeira.

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“Eu gostaria de enfatizar mais uma vez que essa é uma decisão forçada”, escreveu Putin em um comunicado.

No início desta semana, o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, ordenou que a Gazprom exigisse o pré-pagamento dos fornecimentos futuros de gás, dizendo que a ucraniana Naftogaz deve à Rússia US$ 3,508 bilhões pelos pagamentos anteriores.

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A Ucrânia reconhece parcialmente essa dívida, dizendo que os débitos devem ser calculados com base no preço antigo de US$ 268,50 cada mil metros cúbicos, em vez do novo preço imposto em abril de US$ 485,50 por cada mil metros cúbicos.

No início do mês, o ministro das Finanças da Ucrânia, Oleksandr Shlapak, disse que o país estava pronto para pagar os débitos à Rússia caso a Gazprom mantivesse o preço anterior do gás para 2014, conforme havia sido acordado por Putin e pelo presidente deposto da Ucrânia Viktor Yanukovich.

Ao mesmo tempo, Putin reafirmou que a Rússia está pronta para cooperar com a normalização em torno da Ucrânia. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.