As lideranças das quatro associações ruralistas da Argentina anunciaram neste domingo (15) a convocação do quarto locaute (greve patronal) em menos de 100 dias. A paralisação, realizada em protesto contra a política do governo da presidente Cristina Kirchner com o setor agropecuário, implicará na suspensão da comercialização de cereais e oleaginosas pelo menos até quarta-feira (18).
O estopim do novo locaute foi a detenção, no sábado à tarde, do líder ruralista Alfredo De Angeli durante uma manifestação nas proximidades da cidade de Gualeguaychú, na província de Entre Ríos. A prisão de De Angeli, ícone dos protestos ruralistas realizados nos últimos três meses, desencadeou um panelaço em protesto contra a presidente Cristina em Buenos Aires, o que resultou na rápida liberação do líder.
Os agricultores exigem o fim dos aumentos que o governo decretou no dia 11 de março sobre os impostos das exportações agrícolas. Eles também querem que o governo elimine as restrições existentes há dois anos sobre as exportações de carne bovina, além das limitações aplicadas desde dezembro à exportação de trigo. O agricultores argentinos acusam a presidente de aplicar pesados tributos para manter o superávit fiscal.