Rumo à liderança no consumo de café

Brasília (AE) – O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Maurício Miarelli, estimou ontem que o Brasil será, em 10 anos, o maior consumidor mundial de café, com demanda interna anual de 21,5 milhões de sacas de 60 quilos. A previsão considera o crescimento de 3% no consumo interno. Ele lembrou ainda que projeções da Organização Internacional do Café (OIC) indicam crescimento de 1,5% por ano na demanda mundial. Caso as projeções se confirmem, o consumo mundial cresceria, em uma década, de 123 milhões para 143 milhões de sacas. De acordo com dados apresentados pelo CNC, as perspectivas são de aumento de 52% no consumo mundial de café solúvel e de 48% na procura por café torrado e moído.

Ao inaugurar, na manhã de ontem, o escritório do CNC em Brasília, Miarelli disse que a manutenção das exportações médias de 26 milhões de sacas de café por ano e considerando o consumo interno projetado de 21 milhões de sacas indicam que a produção média anual do Brasil em 10 anos deve passar para 48 milhões. A safra atual, 2006/07, foi estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 41,6 milhões de sacas.

No entanto, lembrou o dirigente, o Brasil responde por 30% das exportações mundiais de café. Se esse participação for mantida, os embarques podem somar 32 milhões de sacas, volume que somado à demanda interna elevará a necessidade de produção, em média, para 53 milhões de sacas. No caso do robusta, o consumo interno deve somar 12 milhões de sacas, aumento de 33,33% sobre a produção média atual. ?Nesta hipótese, o incremento da produção de arábica deverá ser de 24%, passando para 36 milhões de sacas. Isto, sem considerar que o Brasil pode vir a se tornar um importante exportador de café robusta para um mundo que deverá demandar, em 10 anos, a importação de, pelo menos, 42 milhões de sacas desta variedade?, afirmou.

Miarelli falou que, nos últimos 25 anos, o País consolidou-se como maior produtor e exportador mundial do grão. No início da década de 80, quando o CNC foi criado, a safra brasileira era, na média, de 25 milhões de sacas Desse total, 64% era exportado. Hoje, a produção média é de 38 milhões de sacas e a projeção é de embarques de 26,5 milhões de sacas. ?Em 25 anos, o país cresceu em 52% a quantidade de café colhida e manteve o volume comercializado com o exterior em 64% do total?, disse.

O consumo interno também aumentou no período. No início dos anos 80, o brasileiro consumia 2,97 quilos de café torrado por ano ou um total de 7,5 milhões de sacas em todo o país. Em 2005, o consumo per capita era de 4,22 quilos de café torrado, somando 16 milhões de sacas. Ou seja, em duas décadas e meia o Brasil aumentou em 113% a demanda interna por café. ?O Brasil tornou-se o produtor mais competitivo do mundo graças aos ganhos de competitividade resultantes da melhoria de produtividade, qualidade e diversidade de tipos de café conseguidos pelos produtores brasileiros?, completou.

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