Os produtores gaúchos estão entusiasmados com a safra de soja deste ano. Com 90% do grão colhido e estocado, a produção atingiu 4,3 milhões de toneladas, 2,5 milhões de toneladas a mais do que a safra passada, quando a lavoura foi castigada pela estiagem. A informação é do agrônomo Áureo Mesquita de Almeida, coordenador da Câmara Setorial da Soja da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul (Seapa).
Em São Francisco de Assis, na região da Fronteira Oeste, a Cooperativa Agropecuária & Industrial (Cotrijui), teve de armazenar parte do produto em um ginásio municipal de esportes. A cooperativa tem capacidade de armazenagem que supera 997 mil toneladas. Almeida disse ainda que este ano os preços estão elevados e aumentando ainda mais o entusiasmo dos agricultores gaúchos, que poderão novamente se capitalizar. Nesta quinta-feira, segundo levantamento feito pela Emater-RS a saca da soja estava cotada em R$ 57,00.
Conforme o setor de acompanhamento de safras da Emater a soja está com a colheita praticamente encerrada, com os produtores avançando sobre 90% da área estimada para este ano. As quantidades retiradas ultimamente têm surpreendido. Em situações não raras, ultrapassam os 3 mil kg/ha. Essa ocorrência poderá trazer alterações (positivas) na contagem final da safra, podendo a mesma ser superior ao que se vem estimando atualmente.
Com o mercado tranquilo quanto à oferta do produto, as cotações da saca de 60 kg oscilam dentro de patamares considerados normais para o cenário. Nesta semana a mesma teve redução de 0,97% em relação à semana anterior, ficando em R$ 53,97. Ainda segundo o coordenador da Câmara Setorial da Soja, metade da produção gaúcha deverá ser exportada nos próximos meses pelo porto de Rio Grande. O restante será esmagado para ser transformado em óleo comestível e biodiesel e o farelo será destinado a ração animal. O farelo de soja é um dos principais integrantes das rações para alimentação de suínos e aves.