O Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública federal em 2015 mostrou que o governo adotou uma postura conservadora, com aumento das metas para títulos indexados à Selic e câmbio ante os objetivos de 2014, comentou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o economista da consultoria Rosenberg Associados, Rafael Bistafa. No ano passado, a meta para títulos atrelados aos juros básicos estava entre 14% e 19%, mas passou para um intervalo entre 17% e 22% neste ano.

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No caso dos papéis vinculados à cotação do dólar ante o real, os indicadores subiram um pouco, de 3% a 5% no ano passado para 4% a 6% em 2015. “Esta mudança de parâmetros por parte do Tesouro deve estar relacionada com as perspectivas difíceis para a economia no Brasil e no mundo, dado que é um ano que deve ter alteração da política monetária nos EUA”, comentou.

Para Bistafa, esta alteração de metas pelo PAF é positiva, pois é compreensível que num ano marcado por correções da política macroeconômica, que inclusive vai influenciar o nível de atividade e a inflação, os investidores demandem um pouco mais de títulos atrelados a juros e câmbio. “O Tesouro manteve a estratégia principal de alongar o prazo médio da dívida pública, que passou de 4,3 a 4,5 anos em 2014 para 4,4 a 4,6 anos em 2015”, destacou. Ele estima que o PIB deverá cair 0,7% e o IPCA subirá 7,1% neste ano.

De acordo com o economista, o Tesouro Nacional também ressaltou que neste ano poderá fazer uma emissão de títulos públicos superior à sua necessidade líquida de financiamento. Para ele, esta decisão pode sinalizar a intenção do Ministério da Fazenda em colaborar com o Banco Central no trabalho de gestão de liquidez, o que poderá inclusive reduzir as ações do BC na realização de operações compromissadas.

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