A desaceleração do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em setembro ante agosto foi puxada principalmente pela queda no IPA-DI, avaliou nesta terça-feira, 07, o economista da Rosenberg Associados Leonardo Costa França. Segundo ele, o recuo do indicador que mede os preços no atacado foi influenciado, sobretudo, por pressões de queda nos preços de algumas commodities no mercado internacional. Caso essa tendência continue, ele pondera que isso pode ajudar a diminuir a pressão de alta da inflação nos próximos meses.
França destacou que os produtos que mais contribuíram para a volta do IPA-DI para o terreno negativo foram a soja e o minério de ferro, que caíram 5,5% e de 5,45% em setembro ante agosto, respectivamente. De acordo com ele, essa queda anulou a alta do IPC-DI, que apura a evolução de preços do varejo, influenciada principalmente pelo grupo Alimentação, que voltou a subir (0,55%). “Essa queda do IPA-DI deve ter algum efeito no grupo Alimentação (do IPC-DI) daqui para frente, ajudando a não pressionar para cima a inflação”, afirmou.
Segundo divulgou hoje a Fundação Getulio Vargas (FGV), o IGP-DI subiu 0,02% no nono mês do ano, após subir 0,06% em agosto. Com isso, acumula altas de 1,62% no ano e de 3,24% nos últimos 12 meses. Entre os três indicadores que compõem o IGP-DI, o IPA-DI caiu 0,18%, após avançar 0,04% em agosto; o IPC-DI cresceu 0,49%, depois de alta de 0,12%; e o INCC-DI subiu 0,15%, contra avanço de 0,08% na mesma base de comparação. A Rosenberg esperava alta de 0,22% no IGP-DI de setembro.