Romênia vai reafirmar compromisso com FMI, diz premiê

Bucareste, 28 – O novo primeiro-ministro da Romênia, Victor Ponta, disse neste sábado que vai reafirmar sua intenção de manter o compromisso com as reformas estabelecidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). “Haverá uma reunião na segunda-feira com o FMI e o atual ministro das Finanças, assim eles verão que há continuidade. Também apresentaremos nosso plano de governo na semana que vem”, afirmou Ponta na cidade de Brasov.

O presidente romeno Traian Basescu nomeou Ponta para assumir no lugar de Mihai Razvan Ungureanu, cujo governo de centro-direita caiu na sexta-feira após uma moção não-confidencial da oposição criticando seus planos de privatização. Basescu foi rápido em acalmar o mercado, dizendo: “Não aconteceu nada dramático hoje, é a democracia”, acrescentando que não havia “razões para pânico nos mercados financeiros”.

O governo de Ungureanu caiu quando especialistas do FMI e da União Europeia (UE) estavam em Bucareste para conduzir uma revisão das reformas econômicas da Romênia. Sob um acordo concluído em março de 2011, Bucareste concordou em controlar os gastos públicos e privatizar várias empresas de energia do país.

O FMI e a UE disseram que vão continuar seu trabalho técnico com autoridades romenas e voltar a Bucareste para retomar discussões formais com o novo governo quando ele for estabelecido. “Acreditamos que a Romênia vai continuar a observar seus compromissos de política econômica com seus parceiros internacionais”, disse o FMI em nota. “Uma política macroeconômica saudável e reformas estruturais contínuas continuam essenciais para a recuperação econômica da Romênia e para o crescimento de longo prazo”, afirmou a instituição.

Admirador assumido de Che Guevara, Ponta se classifica como esquerdista linha-dura. No entanto, ele disse recentemente que, se ele for apontado como primeiro-ministro, ele cumprirá o acordo de 2011, que forneceu uma linha de crédito no valor de 5 bilhões de euros (US$ 6,8 bilhões) para ser retirada apenas em caso de emergência.

A Romênia foi forçada a pedir 20 bilhões de euros em ajuda do FMI e da UE em 2009 e tomou medidas drásticas em troca de cortes de gastos, salários do setor público em 25% e congelamento das pensões em 2010. O país também concordou em privatizar ativos nacionais, incluindo sua maior empresa de mineração de cobre, Cupru Min, e vendeu participações minoritárias em várias companhias de energia.

O mandato de Ponta será curto, pois haverá eleições gerais em novembro. O governo de Ungureanu durou menos de três meses. As informações são da Dow Jones. (Paula Moura)

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