O presidente executivo do Itaú, Roberto Setubal, avalia que parte da recente queda do preço das commodities pode ser permanente. Em entrevista na abertura do Fórum Econômico Mundial, ele explicou que o cenário global de desaceleração da economia chinesa é percebida como “estrutural e permanente” e a demanda do país asiático não apoiará os preços como no passado.

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Para o executivo, os países emergentes têm um cenário desafiador. Ele argumentou que a desaceleração da economia chinesa muda a dinâmica da demanda global e afeta o nível do preço das principais commodities.

Setubal diz que é cedo para conclusões definitivas sobre o fenômeno da queda do preço, mas ao menos parte do movimento pode ser permanente. Ele ressaltou que o petróleo “teve nos últimos meses o pior desempenho entre as commodities”. “Mas o preço de outros produtos-chave, como o minério de ferro e a soja, também caiu”, argumentou.

Além da menor demanda da China e a fraca atividade em economias importantes, como Europa e Japão, o presidente do Itaú disse que outro fator que explica o fenômeno é a maturação de investimentos em novos projetos no setor de recursos naturais. Segundo ele, “mais pressão será adicionada” ao preço das commodities.

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Ajustes

Em um cenário global de desaceleração da economia chinesa, queda do preço das commodities e normalização da política monetária nos EUA, Setubal crê que os mercados emergentes podem ter “ajustes drásticos” na conta corrente, câmbio e juros. A perspectiva de mudança da política monetária nos EUA é um dos elementos que colaboram com o cenário de ajustes previsto para os mercados emergentes. Setubal prevê que “moedas emergentes devem se desvalorizar ainda mais”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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