O nível de emprego no Paraná fechou o mês de julho com crescimento de 0,26% -abaixo da média nacional de 0,45% – e saldo de 4.631 empregos. O destaque ficou por conta da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), que pelo segundo mês consecutivo apresentou desempenho acima do interior do Estado, com crescimento de 0,39% – mais que o dobro do interior, que ficou em 0,18%. Em saldo de empregos, foram 2.690 postos de trabalho na RMC contra 1.951 no restante do Paraná. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR).
?Devemos fechar o ano mantendo esta tendência (com a RMC empregando mais)?, apontou o economista do Dieese-PR, Sandro Silva. Segundo ele, geralmente o interior emprega mais no primeiro semestre, por conta da agricultura, e os grandes centros no segundo semestre. ?A agroindústria está em um período longo de crescimento e é difícil manter isso por tanto tempo. Além disso, o cenário internacional não é tão positivo, o que acaba afetando as exportações?, analisou. Por outro lado, afirmou, a expectativa de que a taxa de juros caia pode ajudar os setores de serviços e comércio, que são o forte da RMC.
Segundo o economista, no acumulado de 12 meses, o interior vinha puxando o nível de emprego no Paraná desde 2001, quando encerrou com crescimento de 4,89%, enquanto a RMC, com 2,34%. De lá para cá, o interior sempre se sobressaiu: crescimento de 5,59% contra 2,21% em 2002; 6,02% contra 1,46% em 2003, e 8,57% contra 6,50% no ano passado. Este ano, até maio o interior manteve o melhor desempenho. Em junho, RMC e interior se igualaram (6,09% cada um) e, em julho, a RMC passou na frente: crescimento de 5,96% contra 5,40% no interior. ?No final do ano passado, já começamos a notar uma mudança de tendência?, afirmou Sandro. Com o resultado de julho, o número estimado de trabalhadores com carteira assinada no Estado é de aproximadamente 1,790 milhão.
Setores
Os setores de serviços e comércio lideraram o emprego no Paraná em julho, com destaque para comércio varejista (saldo de 1.881), seguido pelo transporte e comunicação (1.142), hotéis e restaurantes (1.013), indústria de produtos alimentícios e bebidas (514) e instituições financeiras (372).
Na RMC, o destaque ficou também por conta do comércio varejista (759 empregos), seguido pelo transporte e comunicação (464), indústria de produtos alimentícios e bebidas (381), indústria mecânica (281) e instituições financeiras (212).
Na comparação com o ano passado, os dados mostram que o nível de emprego no Paraná está de fato desacelerando. Com exceção de abril, em todos os outros meses, tanto a variação como o saldo de empregos estão menores este ano. Só em julho, a queda do saldo foi de quase 60% – em julho do ano passado, foram 11.771 empregos contra 4.631 este ano. De janeiro a julho, houve queda de quase 26% no saldo de empregos na comparação com o mesmo período do ano passado.
Ainda no acumulado do ano, três setores elevaram o nível de emprego no Estado: a administração pública, com o saldo passando de 785 para 1.165, construção civil (de 1.637 para 2.368) e serviços (de 25.193 para 25.738). Já os setores que registraram as maiores quedas foram extrativismo mineral (o saldo caiu de 222 para 68), a indústria de transformação (de 43.515 para 24.801), agricultura e silvicultura (de 15.126 para 10.617) e comércio (de 19.161 para 13.932).