O governo do Rio de Janeiro espera ter até o final da semana um mapeamento dos prejuízos causados pelas inundações e deslizamentos de terra aos produtores rurais da região serrana. Com isso será possível estimar o volume de recursos necessário para recuperar o sistema produtivo da região, responsável por cerca de 50% da oferta de verduras e alguns legumes no Estado.
O secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, disse à Agência Estado, por telefone, que um levantamento prévio deve estar pronto até a sexta-feira. “Equipes estão percorrendo as áreas produtoras por terra e, a partir de amanhã e na sexta-feira, técnicos sobrevoarão as áreas com helicópteros para melhor avaliar os danos”, afirmou. O objetivo é elaborar até o final da semana um plano de ação para ser enviado aos Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. Em uma segunda etapa, será avaliado o prejuízo produtor por produtor.
Áureo explicou que o governo do Estado estuda a doação de recursos diretamente aos produtores, um crédito não reembolsável para aqueles que perderam tudo ou grande parte de suas posses. “Em muitos casos, os agricultores perderam toda a estrutura de produção”, contou. A agricultura familiar predomina na região, onde 17 mil produtores vivem da atividade, movimentando cerca de R$ 850 milhões por ano.
De imediato, o governo estadual conseguiu junto ao Banco do Brasil (BB) a prorrogação por seis meses do pagamento das parcelas das dívidas que vencem entre janeiro e março para os produtores dos sete municípios onde foi declarado estado de emergência: Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro, Bom Jardim e Areal.
Segundo o secretário, os ministros da Agricultura, Wagner Rossi, e do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, se prontificaram a encaminhar a solicitação da edição de uma Medida Provisória para tratamento diferenciado para a quitação de financiamentos rurais nos municípios atingidos, bem como o apoio direto aos produtores.
Além da produção de verduras, a de leite também foi bastante afetada. Cerca de 500 mil a 1 milhão de litros de leite deixaram de ser comercializados nos últimos sete dias, segundo Áureo. Ele conta que entre 40 a 50 máquinas trabalham em três turnos para abrir as estradas vicinais, entre os municípios, para permitir a circulação de pessoas e mercadorias, especialmente entre Teresópolis, Sumidouro e Nova Friburgo, que concentra a produção agrícola da região serrana.