Neste início de 2011, há algo de 2008 no ar – o momento, antes da eclosão da crise global, em que a economia mundial atingiu o máximo aquecimento nas últimas décadas. Agora, mesmo com o mundo rico ainda em marcha lenta, as commodities e os alimentos, como em 2008, estão em alta, e diversos países emergentes, e até um ou outro rico, brigam com a inflação.
O índice CRB, que mede o preço das commodities no mercado global, atingiu 518,7 pontos em dezembro, superando o pico de 476,7 em junho de 2008.
Também como em 2007 e 2008, distúrbios populares contra a alta dos alimentos espocam em países como Tunísia (contribuindo para derrubar o ditador Zein al-Abidine Ben Ali), Argélia, Jordânia, Egito, Líbia, Moçambique, Marrocos e Chile. Em pelo menos uma dúzia de países, como Indonésia, Coreia do Sul e Índia, governos já tomam medidas para baratear a comida.
Além de falar, os bancos centrais estão agindo, com altas de taxas básicas de juros no período pós-crise já tendo sido acionadas por Brasil, Chile, Peru, Suécia, Austrália, Canadá, Israel, Coreia do Sul, Polônia e China, entre outros. Há uma onda também de utilização dos chamados instrumentos “macroprudenciais” para auxiliar no controle da inflação, como no Brasil, que aumentou compulsórios e requerimento de capital em operações de crédito.