A queda no ritmo de crescimento da economia está levando a Confederação Nacional da Indústria (CNI) a revisar para baixo as estimativas de crescimento da economia brasileira em 2006. A previsão para expansão do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB) que era de 3,7% ficará entre 2,5% e 3%. ?Supondo um cenário positivo em que o segundo semestre de 2006 acompanhará o desempenho dos melhores segundos semestres desta década nos anos de 2000, 2003 e 2004, a taxa de crescimento esperada para o PIB em 2006 será de 2,9%?, afirmam os técnicos da CNI. ?Em um cenário menos favorável, o crescimento será menor?, advertem.

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De acordo com as Contas Nacionais Trimestrais divulgadas na última sexta-feira (31) pelo IBGE, o PIB brasileiro cresceu apenas 0,5% no segundo trimestre do ano em relação ao período imediatamente anterior, quando a expansão foi de 1,4%. Na comparação com 2005, o ritmo de crescimento declinou 3,3% no primeiro trimestre para 1,2% no segundo trimestre.

A análise da CNI identificou o baixo desempenho da indústria como o principal responsável pela desaceleração da atividade econômica. O PIB industrial caiu 0,3% no segundo trimestre deste ano em comparação com o primeiro. Em relação ao segundo trimestre de 2005, a indústria cresceu apenas 0,5%. ?A indústria de transformação, responsável por 60% do PIB industrial, mostrou queda de 0,4% nesse período?, destaca a CNI.

No Paraná, de acordo com análise do Departamento Econômico da Federação das Indústrias (Fiep), a produção física da indústria teria que crescer 9,27% no segundo semestre para empatar com o desempenho de 2005. ?Embora o segundo semestre seja sempre melhor que o primeiro, dificilmente conseguiremos este resultado e 2006 fechará com um desempenho negativo?, afirma o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures. Segundo ele, no primeiro semestre de 2006 a produção física da indústria paranaense decresceu 3,75% motivada principalmente pela frustração de safra, que afetou a indústria alimentar, a de maior peso relativo na economia do Estado, e ainda à retração dos setores madeireiro e mobiliário.

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Além dos problemas climáticos que afetaram a agricultura, Rocha Loures aponta como causas desta desaceleração do crescimento a política econômica inadequada, com a sobrevalorização do real frente ao dólar, as elevadas taxas de juros e a excessiva tributação. De acordo com o dirigente, estes fatores geram um ambiente totalmente desfavorável para a atividade industrial e as conseqüências aparecem nos números.