Rio

(AG) – Há um ano o Brasil se preparava para o início do racionamento de energia, que durou nove meses e custou U$S 10 bilhões ao país. Hoje, o risco de ter de apagar a luz novamente de forma compulsória está afastado até 2003. De acordo com especialistas, no entanto, o alívio no curto prazo se deve mais ao aumento das chuvas e à queda da demanda por parte do consumidor do que ao resultado das obras de expansão da capacidade de geração, o grande gargalo do sistema elétrico brasileiro.

A luz amarela, segundo eles, continua acesa. E também segundo o presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Mário Santos, que previu risco de racionamento para o ano de 2006 na última semana.

Os especialistas defendem que, para depender menos do clima, atender a um crescimento do consumo em torno de 5% ao ano – cerca de 3.500 megawatts (MW) – e evitar um novo déficit de energia, seria necessário acelerar os projetos de ampliação da oferta e modificar o modelo regulatório do sistema elétrico para permitir mais investimentos.

“A perspectiva de risco iminente é pequena, há um certo otimismo, mas é preciso aproveitar esse momento para colocar em prática as obras de expansão do sistema com mais rapidez e mudar as regras para permitir investimentos novos de longo prazo e não apenas emergenciais”, afirmou o professor da Universidade de São Paulo (USP) Ildo Sauer.

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