Os preços dos títulos da dívida do Brasil caíram aos piores níveis em Nova York, pressionados pela angústia dos investidores com relação a eleição presidencial no País. O spread de retorno da porção Brasil no índice EMBI+ do JP Morgan aumentou em 208 pontos-base, para 2.448 pontos-base sobre os Treasuries comparáveis, superando o recorde de 2.406 pontos-base registrado em 30 de julho. O real também registrou uma desvalorização recorde, fechando a R$ 3,875 por dólar, a 9 dias do primeiro turno, em que o candidato da oposição, Luiz Inácio Lula da Silva, mantém uma folgada vantagem em relação ao candidato do governo, José Serra. A política econômica de Lula é desconhecida, mas ele concordou com os termos do pacote de ajuda financeira de US$ 30 bilhões concedido pelo FMI no mês passado, apontou o ex-vice-diretor-gerente do Fundo Stanley Fischer, durante o encontro anual FMI/Banco Mundial, em Washington. “Uma vitória de Lula ainda não está precificada nos bônus da dívida brasileira”, disse o JP Morgan em seu boletim de pesquisa. Tal vitória “abre espaço para uma ampla série de resultados subseqüentes”, disse o JP Morgan, aumentando o questionamento sobre se o novo governo “vai comprometer-se em seguir um curso amigável ao mercado” quando eleito. Os demais títulos da dívida de países emergentes também caíram, em reação a debilidade dos bônus brasileiros. O spread da porção México no EMBI+ aumentou em 23 pontos-base, para 440 pontos-base sobre os Treasuries comparáveis. O spread de retorno do índice EMBI+ geral aumentou em cerca de 31 pontos-base, para 1.029 pontos-base sobre os Treasuries comparáveis. “Não foi uma boa sexta-feira”, disse um trader em Nova York.
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