Rio – O risco-Brasil, termômetro que mede o grau de desconfiança dos investidores estrangeiros na capacidade de o país honrar o pagamento de seus títulos, perdeu todos os parâmetros. Que a percepção de risco não pára de crescer, todo mundo sabe. O indicador saiu de 1.633 pontos centesimais, no fim de agosto, para 2.440 pontos, hoje. O problema é que nem mesmo o mercado sabe mais para onde olhar na hora de acompanhar o risco-país.
Hoje, há instituições financeiras que observam o risco medido pelo banco JP Morgan, que sempre foi utilizado como referência pelo mercado. Outras, se guiam pela Reuters. E outros, ainda, pelo calculado pela agência Bloomberg, apelidado de “genérico” do JP Morgan. Cada um utiliza uma metodologia de cálculo diferente.
O problema começou há cerca de um mês, quando o banco americano restringiu o acesso ao indicador que fornecia gratuitamente ao mercado. Quem não comprou a assinatura, ficou à deriva e as informações dos analistas, desencontradas.
– Realmente as informações não estão batendo. Cada agente trabalha com um número diferente – confirmou Octávio Vaz, sócio da Questus Asset Management.
Para se ter uma idéia, às 17h de hoje, o risco da Reuters estava em 2.440 pontos centesimais. Apenas às 18h, o JP Morgan marcou o mesmo número. Já o “genérico” registrou 2.259 pontos. Dependendo do indicador utilizado, o risco-Brasil sobe para uns e cai para outros, no mesmo dia.