A revisão da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2011 foi significativa por ter incorporado a mudança na metodologia mas também porque tinha sido calculada tendo como base apenas as Contas Nacionais Trimestrais, segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta do PIB de 2011 foi revista de 2,7% para 3,9%.
“Não tem só a mudança metodológica, tem também o impacto da revisão de dados que a gente faz no (PIB) anual”, afirmou Rebeca.
Segundo ela, o PIB de 2011 estava defasado porque foi calculado sobre uma base antiga, com informações apenas trimestrais, e que não tinham sido ajustadas retroativamente (como os PIBs de 2012 e 2013, por exemplo) pela entrada dos dados da nova Pesquisa Mensal de Serviços e da reformulação da Produção Industrial Mensal – Produção Física. “Especialmente a (taxa) de 2011, o impacto é maior”, disse Rebeca.
O IBGE publicou, nesta quarta-feira, 11, os dados definitivos do PIB de 2010 e 2011, além de reajustar a série histórica até 2000. A mudança nas Contas Nacionais fez o cálculo incorporar recomendações internacionais.
Os resultados das Contas Nacionais Trimestrais até 2014 sob a nova metodologia serão divulgados em 27 de março. Em novembro, o órgão publica as revisões definitivas para as contas anuais de 2012 e 2013.
O trabalho de reformulação das Contas Nacionais levou três anos para ser concluído.
Produção
O IBGE considerou que a revisão da série do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro não impactou significativamente a participação das atividades sob a ótica da produção. “Houve uma pequena redução na participação da Agropecuária e da Indústria e o consequente aumento dos Serviços”, ressaltou o órgão, em nota à imprensa.
A participação da agropecuária no PIB de 2011 foi revista de 5,5% para 5,1%, enquanto a da indústria diminuiu de 27,5% para 27,2%. Já a participação dos serviços aumentou de 67,0% para 67,7%.
Em relação ao PIB de 2010, a participação da agropecuária foi revista de 5,3% para 4,9%, enquanto a da indústria diminuiu de 28,1% para 27,4%. A participação dos serviços teve elevação de 66,6% para 67,8%.