A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou que uma reunião “construtiva” na noite desta quarta-feira (3), em Bruxelas, entre autoridades Gregas e da União Europeia abriram “uma janela de tempo” para a discussão de uma nova proposta dos credores a Atenas.
“Certamente saudamos a reunião construtiva de ontem, que claramente abre uma janela de tempo na qual podemos ouvir com detalhes das autoridades (da Grécia) suas visões, comentários e respostas sobre a nova proposta conjunta apresentada a eles ontem”, disse Lagarde, citando uma proposta da União Europeia, do FMI e do Banco Central Europeus (BCE). “Essa proposta demonstra clara flexibilidade por parte dos credores.”
Lagarde comentou que a nova proposta, além de ser mais flexível quando comparada ao programa anterior de ajuda financeira à Grécia, procura suavizar as consequências danosas de medidas que precisam ser tomadas por Atenas para voltar à estabilidade. Ela mencionou que há, por exemplo, flexibilidade no ritmo e no prazo para a consolidação das contas fiscais do país europeu. A proposta tem como objetivo tornar mais suave o ajuste, ressaltou.
“Esperamos ansiosamente para ouvir a posição das autoridades gregas.” Além disso, Lagarde frisou que o FMI está pronto para fazer o trabalho técnico necessário para ajudar na busca de alternativas para que o país consiga alcançar as metas estabelecidas pela proposta. A dirigente sinalizou também que um alívio da dívida grega ainda é necessário para garantir um resgate sustentável.
Lagarde ressaltou que o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, declarou que os pagamentos anteriores de Atenas foram honrados e que os novos seriam honrados. “Acho que as palavradas dele foram: ‘não se preocupem’. Estou confiante que este vai continuar a ser o caso”, disse a dirigente em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira para comentar um relatório sobre a economia dos Estados Unidos, mas que acabou sendo dominado por perguntas sobre a Grécia.
Questionada se os problemas da Grécia podem afetar a economia norte-americana, Lagarde afirmou que não vê riscos significativos, mas destacou que a crise no país tem contribuído para o aumento da incerteza regional e internacional.