Reunião discute questão ferroviária no Paraná

O governo do Estado realiza amanhã, reunião com o representante da Casa Civil da Presidência da República, Bernardo Figueiredo, para debater as propostas de solução para o projeto Ferroeste, já definido como prioritário para o Paraná. A questão do gargalo ferroviário entre Guarapuava e Desvio Ribas (Ponta Grossa), é o tema principal do encontro, que terá a participação de representantes dos governos federal e estadual, Federação da Indústria do Estado do Paraná (Fiep), Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), sindicatos de empresas e de trabalhadores em transportes, prefeitos e deputados.

A reunião, que será realizada pela manhã, no auditório da Secretaria de Estado dos Transportes, também é preparatória à visita que a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, fará ao Paraná no início deste mês, para discutir com o governador Roberto Requião as prioridades do Estado e da União para a realização de investimentos em infra-estrutura.

Propostas

O projeto prevê uma ferrovia ligando Guarapuava a Dourados (MS), passando por Cascavel (onde os trilhos já chegaram) e Guaíra, bem como uma possível extensão de um ramal até Foz do Iguaçu.

São duas as propostas de solução para o problema: a construção de uma variante entre Guarapuava e Ipiranga, com extensão de 140 quilômetros, defendida pela América Latina Logística (ALL) e pela Fiep; e a retificação do trecho Guarapuava – Engenheiro Gutierrez (140 quilômetros), mais a construção de um novo trecho entre Engenheiro Gutierrez e Engenheiro Bley (102 quilômetros), denominada ?Corredor Oeste?, defendida por engenheiros ferroviários que formam o Centro Ferroviário do Paraná e Santa Catarina.

Defesa

Em outubro do ano passado, o governador Roberto Requião enviou correspondência aos ministros Paulo Bernardo, do Planejamento, e Alfredo do Nascimento, dos Transportes, tratando do ?grave problema logístico representado pelas péssimas condições da linha da Rede Ferroviária Federal entre os municípios de Guarapuava e Ponta Grossa?.

Na carta, o governador trata das duas propostas existentes para a solução do problema. Ele ressalta que a construção de uma variante entre os municípios de Guarapuava e Ipiranga, defendida pelo governo federal e também por setores da economia paranaense, é contestada por entidades representativas do saber técnico ferroviário, que a consideram incapaz de solucionar em definitivo o problema.

Requião destaca ainda a formação do movimento social denominado ?O Paraná em defesa da Ferroeste?, que defende a proposta do ?Corredor Oeste?, que diminuirá em 51 quilômetros o percurso entre Cascavel e Paranaguá, além de promover a inclusão social, por beneficiar uma região composta por municípios de baixo IDH, entre outras vantagens.

Ferroeste

A Ferroeste foi construída entre 1991 e 1994, durante a primeira gestão do governador Roberto Requião e contou com mão-de-obra de dois batalhões do Exército Brasileiro. A obra custou, na época, cerca de US$ 363 milhões, o equivalente a R$ 1 bilhão em valores atuais e foi paga exclusivamente com recursos paranaenses. A Ferroeste foi a última e mais barata ferrovia já construída no País. Privatizada em 1996, no governo de Jaime Lerner, a Ferroeste foi adquirida pelo consórcio Ferropar. (AEN)

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