O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, confirmou nesta segunda-feira (17) que a equipe econômica vai discutir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira, em reunião do Conselho Político, as medidas necessárias para cobrir o rombo de R$ 40 bilhões aberto com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O ministro admitiu que pode ser definido um aumento de tributos. "Pode (haver elevação de impostos), mas não tem decisão."
"Não há decisão ainda sobre como vamos nos comportar. Precisamos buscar mais receita e diminuir gastos. Não há mágica que nos permita fugir dessa equação", afirmou. Bernardo disse que o Congresso reestimou as receitas do Orçamento de 2008 elevando-as em R$ 21 bilhões. Porém, ele informou que os recursos das emendas já estão comprometidos. Para ele, é importante que governo e Congresso negociem os cortes.
Ele disse que, particularmente, preferiria eliminar as emendas coletivas de bancadas parlamentares, que somam R$ 12 bilhões. "Mas essa minha proposta não foi muito bem aceita", admitiu. Para o ministro, o problema mais grave continua sendo o da saúde que perdeu R$ 22 bilhões em recursos. Ele explicou que será necessário encontrar fontes de financiamento para recompor o orçamento da saúde e acrescentar mais R$ 2,5 bilhões necessários para cobrir os gastos adicionais com o reajuste da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS).
Na reunião de quarta-feira, o ministro pretende apresentar um proposta de segurar por mais algum tempo decisões sobre reajustes salariais para os servidores públicos. Questionado se já na quarta-feira poderiam ser anunciadas medidas concretas, Paulo Bernardo afirmou: "Não sei o que vamos anunciar, mas não vamos fazer nada de afogadilho".