Num ano em que os principais debates serão sobre o grande alívio com o fim da fase aguda da crise global e os novos riscos no mundo pós-turbulência, o fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial – que começa amanhã, em Davos, na Suíça e termina no domingo -, Klaus Schwab, disse que o encontro transcorrerá num “clima de reflexão”. “Não existe nada no momento atual para celebrar.”
A volta de alguns banqueiros é esperada este ano em Davos, confiantes na recuperação da economia, depois da ausência do ano passado, quando o sistema financeiro global derretia em meio à crise. Mas Schwab insistiu que os modelos de gestão financeira do passado devem mudar para evitar futuras crises.
A necessidade dessa mudança será a ideia explícita do discurso de abertura do fórum, que será feito pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy. O ponto de partida do pronunciamento de Sarkozy é o tema oficial da 40ª reunião do fórum: “Melhorando o Estado do Mundo: Repensar, Redesenhar, Reconstruir”. A leitura é de que as instituições de governança global que deixaram a pior crise econômica do pós-guerra acontecer merecem ser profundamente reformadas.
Além de Sarkozy, está prevista a participação de José Luiz Zapatero, primeiro-ministro da Espanha; Felipe Calderón, presidente do México; Álvaro Uribe, presidente da Colômbia; Jacob Zuma, presidente da África do Sul; Morgan Tsvangirai, primeiro-ministro do Zimbábwe; Shimon Peres, presidente de Israel; Yukio Hatoyama, primeiro-ministro do Japão; Lee Myung-bag, presidente da Coreia do Sul; e os equivalentes de Polônia, Bélgica, Letônia, Canadá, Tanzânia, Senegal, Eslovênia, Vietnã, Panamá, Noruega e Tailândia.
Mas uma das principais atrações na procissão de chefes de Estado e de governo que se deslocarão para Davos ao longo da semana será, sem dúvida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula. Ele terá a honra de se tornar, na sexta-feira, o primeiro a receber o Prêmio de Estadista Global, recém-criado pelo fórum. Apesar da forte presença dos políticos, o filé mignon do fórum segue sendo a economia, um ano depois da reunião anterior, em que o tom geral foi o de catástrofe. Uma mudança importante em 2010 é que o tradicionalíssimo painel sobre as perspectivas econômicas globais passou da quarta-feira, primeiro dia do fórum, para o sábado, o penúltimo dia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.