Terminou no início da noite desta terça-feira, 24, sem acordo, a reunião de conciliação entre funcionários e a direção da fábrica da General Motors (GM) de São José dos Campos (SP) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região, em Campinas.
Sem acordo, a ação de dissídio coletivo ajuizada pela montadora irá a julgamento pelo tribunal, ainda sem data prevista para acontecer. Trabalhadores prometem continuar em greve, deflagrada na última sexta-feira.
De acordo com a ata do encontro desta terça, a empresa teria proposto aos funcionários colocar 798 trabalhadores em lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho) por 60 dias, comprometendo-se a voltar a discutir a situação da fábrica após 45 dias.
Os trabalhadores, contudo, rejeitaram a proposta e propuseram à GM ampliar esse lay-off para cinco meses, desde que os colaboradores tivessem estabilidade no emprego de seis meses após esse período. A empresa disse que não havia possibilidade e não concordou com a proposta.
Na reunião, os trabalhadores afirmaram que aceitariam também suspensão por meio de férias coletivas ou licença remunerada, desde que não haja demissões. Eles dizem que só encerrarão a greve se a GM revogar a previsão de cortes. Sem acordo, a reunião foi encerrada. Com isso, a ação de dissídio será distribuída eletronicamente para um relator.
Em seguida, o processo será remetido ao Ministério Público do Trabalho (MPT), para emissão de parecer, e voltará para o TRT para que a data de julgamento seja definida.
Antes do encontro de hoje no TRT, os funcionários de São José já tinham rejeitado uma proposta de lay-off por dois meses, sem garantia de estabilidade. Além disso, os trabalhadores também haviam recusado oferta da GM de prorrogar por mais 60 dias a suspensão de outros 798 trabalhadores que voltaram do lay-off em 13 de fevereiro.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos alega que houve a redução de 2,4 mil postos de trabalho nos últimos dois anos na unidade.
Interdito
A GM também entrou com ação de interdito provisório na Justiça do Trabalho de primeira instância e obteve parecer favorável para que o sindicato não realize atos que impeçam funcionários de trabalharem.
Caso promova qualquer bloqueio, o sindicato terá de pagar multa de R$ 50 mil por cada ato. A empresa já comunicou os funcionários, por meio de boletim interno no início da tarde desta terça, e alguns deles já teriam retornado à produção. O sindicato afirma que entrará com recurso contra essa decisão nesta quarta-feira.