Começou às 10h05 a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom). Na tarde desta terça-feira, 30, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e os diretores da instituição ainda participam da reunião de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom. Na quarta-feira, 31, eles têm mais uma rodada de discussões antes de decidirem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 6,50% ao ano.

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Esta é a primeira reunião do Copom depois da eleição presidencial, encerrada no último fim de semana. Com a vitória de Jair Bolsonaro (PSL), inicia-se agora o processo de transição de governo. A composição da diretoria do Banco Central no futuro governo Bolsonaro segue uma incógnita, assim como a permanência ou não de Ilan Goldfajn no cargo de presidente da autarquia.

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De um total de 61 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperam pela manutenção da Selic em 6,50% ao ano na reunião desta semana – o menor patamar desde que a taxa foi criada, em 1996. Se confirmada, esta será a quinta manutenção consecutiva da Selic. Os economistas ouvidos também esperam pela manutenção da Selic em 6,50% no último encontro do ano do Copom, marcado para 11 e 12 de dezembro.

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Para 2019, já sob o governo Bolsonaro, os economistas demonstram menos certeza quanto ao rumo da política monetária. As estimativas coletadas apresentam importante diferença, com a taxa Selic variando entre 6,50% e 10,00% ao ano. A grande dúvida é se o novo presidente conseguirá avançar na agenda de reformas, especialmente em relação à Previdência, o que poderia ou não antecipar o processo de normalização da política monetária.

No encontro anterior, em 19 de setembro, o Copom manteve a Selic no patamar de 6,50% ao ano. Na decisão, o colegiado seguiu com a estratégia de não dar indicações rígidas quanto ao futuro da política monetária. Ao mesmo tempo, sinalizou que, caso o cenário apresente piora, a taxa poderá começar a subir, de forma gradual. Esta mensagem foi reiterada na ata do Copom e no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgados no fim de setembro.

Desde o encontro de setembro do Copom, os índices de atividade que saíram mostraram um cenário de recuperação ainda gradual para a economia. O mais recente deles – o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), divulgado em 17 de outubro – mostrou crescimento de 0,47% em agosto ante julho. No trimestre encerrado em agosto, o indicador subiu 1,93%, ante o trimestre finalizado em maio.

As projeções de inflação, por sua vez, estão acomodadas, apesar das incertezas quanto ao futuro. No Relatório de Mercado Focus, publicado na segunda-feira, 29, a mediana das projeções para o IPCA em 2018 ficou em 4,43%. Para 2019, seguiu em 4,22%. Em ambos os casos, os porcentuais estão dentro da meta perseguida pelo BC.