O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, terá uma reunião com governadores no final de janeiro para buscar apoio à aprovação da reforma da Previdência. A informação foi antecipada pelo secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida.
Segundo ele, o apoio dos governadores é fundamental para a aprovação da proposta que será encaminhada pelo futuro governo ao Congresso Nacional. No encontro, Guedes, Mansueto e o futuro de secretário de Previdência, Rogério Marinho, apresentarão o impacto da proposta de reforma nas contas públicas dos governos estaduais.
“Nós iremos aprofundar o debate da Previdência, mostrar o impacto nos Estados e sensibilizá-los para serem aliados nessa batalha”, disse Mansueto. A reunião da equipe econômica ocorrerá antes do Fórum dos governadores, marcado para fevereiro, com a presença do presidente Jair Bolsonaro.
Uma primeira reunião do secretário do Tesouro, que permanecerá no cargo, já ocorreu, na semana passada, em São Paulo, com um grupo de governadores. Estiveram presentes os governadores Eduardo Leite (RS), Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG), Jorge Dória (SP) e o atual governador do Espírito Santo, Paulo Hartung.
“Novos governadores estão interessados em colocar a Previdência em debate. Hoje, eles estão mais mobilizados”, disse Mansueto.
O secretário lembrou que já houve avanços no debate nacional sobre a reforma. Ele ressaltou que nas eleições de 2014 a reforma ficou de fora das discussões ao contrário do que ocorreu este ano.
Deixando claro que falava em nome do “velho governo”, Mansueto disse que a equipe de Guedes está discutindo várias propostas, entre elas a do ex-presidente do BC, Arminio Fraga, e do economista Paulo Tafner, além do projeto do presidente Michel Temer e outras propostas alternativas.
Ele destacou que todas as propostas “convergem” para a fixação de uma idade mínima para aposentadoria, regra de transição, critérios mais homogêneos para todos os trabalhadores, com a redução dos regimes especiais de Previdência.
Mansueto insistiu que a participação dos governadores é um “ponto adicional” agora no debate. Na sua avaliação, em 2016, quando a proposta de Temer foi encaminhada ao Congresso. “A reforma é muito importante para os governadores, porque 2/3 dos inativos são de regimes especiais com aposentadorias em média com 49 anos”, alertou.
Ele insistiu na avaliação de que, se não houver reforma da Previdência, não haverá ajuste fiscal. Mas ponderou que ele é importante para acabar as injustiças atuais no sistema em que os t trabalhadores menos vulneráveis se aposentam mais cedo do que aqueles com renda mais baixa. “O principal intuito é justiça social e a solvência do sistema para que os trabalhadores recebam a aposentadoria na velhice”, disse.