Retração do PIB em 2015 passa de 2,97% para 3,00%, prevê Focus

Depois do terceiro recuo consecutivo na margem do IBC-Br de agosto, o Relatório de Mercado Focus trouxe mais uma revisão para o Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o documento divulgado nesta segunda-feira, 19, pelo Banco Central, a perspectiva de retração da economia este ano passou de 2,97% para 3,00% – um mês antes estava em queda de 2,70%. Para 2016, a mediana das previsões saiu de -1,20% para -1,22%. Quatro semanas atrás estava negativa em 0,80%.

Segundo o IBGE, o PIB brasileiro caiu 2,6% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro e 1,9% ante o mesmo período de 2014. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC revisou de -1,1% para -2,7% sua estimativa para a retração econômica deste ano.

No caso da produção industrial, não houve mudanças nas previsões: a mediana das expectativas seguiu em baixa de 7,00% para 2015 e se manteve em queda de 1,00% para 2016. Há quatro semanas, as medianas destas previsões eram de, respectivamente, -6,45% e +0,20%.

Já a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, a projeção dos analistas passou por ajustes. Para 2015, caiu de 35,90% para 35,65% – quatro edições antes estava em 36,30%. Para 2016, a taxa saiu de 39,50% para 39,20%, mesma taxa vista quatro semanas atrás.

Superávit comercial

O Relatório de Mercado traz boas notícias do setor externo. De acordo com o documento, a mediana das estimativas para o superávit da balança comercial de 2015 subiu de US$ 12,99 bilhões para US$ 13,20 bilhões de uma semana para outra.

Quatro boletins atrás, estava em US$ 10 bilhões. Para 2016, houve estabilidade da estimativa mediana de US$ 25 bilhões de uma semana para outra – quatro edições atrás do documento, estava em US$ 21,30 bilhões.

No caso das previsões para a conta corrente, o mercado financeiro também seguiu com a tendência de ajustes para melhor: a expectativa de um déficit de US$ 65,50 bilhões foi substituída pela previsão de um rombo menor, de US$ 65 bilhões. Quatro semanas atrás, a projeção era de déficit de US$ 71 bilhões.

Já para 2016, a perspectiva de saldo negativo deu mais um passo largo esta semana, passando de US$ 50 bilhões para US$ 47,75 bilhões – um mês antes estava em US$ 65 bilhões.

Com esse movimento de redução, os analistas consultados semanalmente pelo BC estimam que o ingresso de investimentos para o setor produtivo já poderá cobrir integralmente o resultado deficitário em 2016, como já prevê o Banco Central para este ano.

Nos últimos meses, segundo participantes, os analistas tentam reestimar as projeções levando em consideração a mudança de metodologia da nota do setor externo, em abril. A mediana das previsões para o novo Investimento Direto no País (IDP) saiu de US$ 61,50 bilhões para US$ 62,50 bilhões para 2015. Para 2016, prosseguiu em US$ 60 bilhões de uma semana para outra.

IGPs

As projeções do mercado financeiro para os IGPs foram as que mais subiram em termos de inflação no Relatório de Mercado Focus. Para o IGP-DI de 2015, a mediana das estimativas passou de 9,15% para 9,46% – um mês atrás estava em 8,25%. Para 2016, a previsão central da pesquisa Focus avançou de 5,86% para 5,89% – quatro semanas atrás, estava em 5,75%.

No caso do IGP-M de 2015, a taxa mediana saltou de 9,15% para 9,33%, bem acima da expectativa apresentada um mês atrás, de 7,86%. Para 2016, o ponto central da pesquisa saiu de 5,93% para 5,96% – quatro edições anteriores estava em 5,76%.

Sobre o IPC-Fipe, que mede a inflação para as famílias de São Paulo, a estimativa para 2015 foi mantida em 9,86% de uma semana para outra. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 9,46%. Para 2016, a expectativa seguiu em 5,06% de uma semana para outra. Um mês antes, estava em 5,09%.

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