Oportunidades

Retomada japonesa se traduz em investimentos no Brasil

O investidor japonês voltou com força total ao País. Após 20 anos de crise interna e discreta relação econômica com o Brasil, os empresários japoneses, animados com a expansão econômica do país em 2012 e 2013, tentam compensar o atraso e aproveitar a expansão do consumo no mercado brasileiro.

De janeiro a julho deste ano, o acumulado de investimentos diretos de empresas japonesas no País – US$ 1,57 bilhão – ultrapassou o total no ano passado, colocando o Japão em sexto lugar no ranking dos maiores investidores em solo brasileiro. Até agosto, nos oito primeiro meses do ano, foram investidos US$ 1,657 bilhão, contra US$ 1,471 bilhão em todo o ano de 2012.

Nesta semana, empresários japoneses e brasileiros se reuniram em Belo Horizonte na 16ª Reunião do Comitê de Cooperação Econômica Brasil-Japão, para discutir oportunidades de investimento na produção de manufaturas e serviços, além de estudar um possível acordo de livre comércio com o Mercosul para ampliar o intercâmbio comercial entre os dois países.

Foram destacadas duas áreas estratégicas para investimentos – infraestrutura e energia -, com a meta de acelerar a construção de obras de transporte e logística, importar tecnologia e reduzir o custo de produção no Brasil.

“O Japão é um País que tem necessidade de buscar novos investimentos. Ele já descobriu o Brasil há muitos anos”, diz Carlos Eduardo Abijaod, diretor de desenvolvimento industrial da CNI.

As primeiras empresas começaram a chegar ao País na década de 1950 e proporcionaram um boom de investimentos nos anos 70. A estagnação teve início com a crise brasileira nos anos 80 e continuou com a bolha japonesa em 1990. A recuperação começou nos anos 2000 e se intensifica agora.

“O Brasil e a América do Sul foram esquecidos pelas empresas japonesas nas décadas perdidas, sobretudo pela distância – era mais fácil fazer transações com os vizinhos asiáticos, como a China”, diz Fujiyoshi Hirata, presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Empresas Japonesas no Brasil (CCIJB). “Mas agora não, porque o mercado brasileiro é gigante. Todo mundo está olhando para cá”, diz ele, que chegou ao País em 1967, mas sempre se define como “gaúcho”. 

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