A partir do final de 2015 o Brasil verá a retomada da atividade econômica com melhora da confiança, na avaliação do diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Awazu Pereira. “Estamos nos defrontando com um ano de ajuste e transição e isso implica em taxas de crescimento baixas, abaixo do nosso potencial”, explicando os resultados piores deste início de ano.
O diretor do BC diz que o cenário de convergência à meta de inflação, atualmente em 4,5%, tem se fortalecido e que a política monetária tem agido para garantir que efeitos decorrentes do ajuste de preços relativos não se propaguem para 2016. “Elemento importante é o resultado do setor público. A política fiscal alinhada e recentemente a afirmação de que tende a se deslocar para a zona de neutralidade, sem descartar a migração dessa política para a zona de contenção”, argumentou.
“Esse processo de ajuste comporta também uma moderação maior do consumo das famílias e do governo”, disse. Awazu ponderou ainda que um crescimento sustentável passa pelo restabelecimento da confiança. Ele observou que o setor de serviços e a indústria têm mostrado alguma fraqueza e destacou que a área agrícola “tem notícias mais favoráveis”, com boa safra.
Disse que a situação atual é de transição, em um processo de redução de desequilíbrios, em um processo de duplo ajuste: administrados de um lado e externos ante domésticos de outro, citou acrescentando que esse movimento se dá mediante políticas fiscal e monetária “adequadas”.
Esse ajuste de preços relativos, enfatizou o diretor, começou em 2014 com aumento de administrados e está atualmente em processo de continuidade, principalmente neste primeiro trimestre, com alta de 9,66% ao ano. Uma medida que revela que os preços domésticos estão se alinhando aos externos, de acordo com Awazu, pode ser vista por meio da depreciação da taxa de câmbio nominal que também começou a se revelar em 2013.