Retomada do grau de investimento será árdua

A tarefa do Brasil para voltar a ser um país considerado grau de investimento será árdua. Tanto a Standard and Poor’s (S&P) como a Fitch colocaram a nota do País em BB+ com perspectiva negativa. Ou seja, atualmente, é mais provável que a economia brasileira caia mais um degrau, para BB, do que volte à posição anterior, quando o País detinha o selo de bom pagador.

“Antes de fazer a discussão de como retomar o grau de investimento, é preciso fazer a discussão de como fazer o País parar de piorar”, afirma Livio Ribeiro, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

Na avaliação dele, é preciso que o País cumpra o ajuste fiscal proposto e que haja uma diminuição no ruído da comunicação do governo.

“Existe uma visão equivocada de que basta uma economia crescer muito para que tudo se resolva”, afirma Ribeiro. “Isso é verdade quando o crescimento vem associado a um bom cenário macroeconômico. Ou seja, forçar um crescimento na marra pode dar um respiro de curto prazo, mas vai ampliar os desequilíbrios da economia brasileira”, diz.

Um levantamento feito pelo banco Santander com base nas decisões da S&P mostrou que, de 136 países, apenas 19 perderam o selo de bom pagador. Desse grupo, seis conseguiram voltar ao time das economias com grau de investimento: Colômbia, Uruguai, Romênia, Eslováquia, Letônia, e Coreia do Sul.

Na média, os países levaram seis anos para reconquistar a posição. Num extremo positivo, a Coreia do Sul precisou de apenas um ano e, no outro extremo, a Colômbia levou 12 anos.

“Retomar o grau de investimento não é uma coisa para o ano que vem. Pode levar quatro, cinco anos”, afirma José Roberto Mendonça de Barros, sócio da consultoria MB Associados e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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