O setor de arrendamento mercantil fechou o primeiro semestre de 2007 com a melhor performance da década, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Leasing (ABEL). O Valor Presente da Carteira chegou, em junho, à marca histórica de R$ 43,297 bilhões, uma expansão de 27,5% em relação a dezembro de 2006. Os 550.098 novos contratos firmados nos primeiros seis meses deste ano totalizaram R$ 20,160 bilhões.

continua após a publicidade

Os resultados mostram que este é um momento de superação para o mercado brasileiro de leasing, que soube ultrapassar obstáculos que afetaram diretamente seu desempenho, como a desvalorização do real, em 1999, e o período em que a vigência da Súmula 263, editada em 2002 pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), determinava que o pagamento do VRG (Valor Residual Garantido) descaracterizava o contrato de arrendamento mercantil. 

Além da atual conjuntura macroeconômica do País, fatores como o aprimoramento da ferramenta e o entendimento em relação ao produto por parte do governo e da opinião pública impulsionaram a expansão. "Os bons fundamentos econômicos brasileiros, a continuidade de queda das taxas de juro e o alongamento dos prazos das operações têm papel primordial nos resultados que se apresentam", afirma Rafael Cardoso, presidente da ABEL. "Além disso, a consolidação do produto em seus mais diversos prismas – conceitual, legal, tributário – também contribui para que o leasing mantenha sua trajetória progressiva", complementa.

Dos novos contratos firmados em junho, 58,51% (R$ 2,462 bilhões) foram fechados com pessoas físicas, e 41,49% (R$ 1,746 bilhão) com pessoas jurídicas. Desse total, a grande maioria (93,72%) foi realizada por meio de recursos prefixados, seguida de CDI (3,55%); TJLP (1,87%); outros (0,56%) e dólar (0,3%).

continua após a publicidade

O ranking dos setores de atividades que utilizam o leasing manteve-se praticamente inalterado. O de pessoas físicas lidera a lista, com 52,50% do volume total de arrendamentos a receber, seguido de serviços (23,07%); indústria (11,45%); comércio (9,84%), outros setores — profissionais liberais, pequenas empresas, firmas individuais — (2,89%) e estatais (0,24%). Em relação aos arrendamentos por tipo de bens, o segmento de veículos permaneceu na ponta, com 82,42%. Máquinas e equipamentos representaram 13,77%; equipamentos de informática, 1,68%, e outros tipos de bens, 2,13%.