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Resultado da balança foi ‘contundente’, diz secretário de Comércio Exterior

O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria e Comércio, Abrão Neto, classificou como “contundente” o resultado da balança comercial do ano passado. “O número mais vistoso é o saldo comercial de US$ 67 bilhões, o que tem uma importância muito grande”, disse, ao comentar que o saldo positivo no comércio exterior tem ajudado o Brasil a reduzir o déficit em transações correntes.

Ele ressaltou que não foi apenas o saldo comercial que chamou atenção. Abrão Neto notou que o ano termina com o aumento das exportações e importações, seja pelo aumento dos volumes como preços. Ou seja, indicam reação consistente.

Nas exportações, o volume acumulado do ano foi o maior desde 2014. “Em 2016, as quantidades de exportações foram recorde, mas do lado dos preços foram os menores em dez anos para soja, petróleo e minério de ferro”, disse, ao comentar que há recuperação nos dois fatores. “A recomposição vem a partir dessa base com crescimento tanto do quantum (quantidades) como do preço para todas as categorias de produtos: básicos, semimanufaturados e manufaturados”, disse.

O secretário notou que houve comportamento distinto entre os dois semestres, com aumento de 17,6% dos preços no primeiro semestre e elevação de 13,9% dos volumes no segundo semestre de 2017.

Petróleo e automóveis

Petróleo e automóveis foram dois destaques das exportações brasileiras no ano passado. Dados apresentados pelo secretário de Comércio Exterior mostram que o total exportado de petróleo em bruto pelo Brasil cresceu 66,4% no ano passado, sendo que o volume aumentou 25,8% e os preços cresceram 32,2% no período.

O secretário disse que espera em 2018 novo superávit da conta petróleo que registrou superávit de US$ 3,681 bilhões no ano passado. O novo superávit acontecerá como resultado principalmente do aumento de 11,5% na produção, dado esperado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), mas também com aumento das importações pelo maior crescimento da economia brasileira.

Outro item destacado foram os automóveis de passageiros, cujo embarque a outros países cresceu 43,9%, sendo que houve aumento de 44,6% no volume de unidades exportadas, o que mais que compensou a queda de 0,4% no preço dos carros vendidos. Com esse desempenho, os automóveis já são o 5º principal item da pauta exportadora do Brasil.

Em unidades, a exportação de carros cresceu cerca de 200 mil unidades e alcançou 632 mil unidades embarcadas. Entre os principais destinos dos carros brasileiros, todos tiveram aumento das exportações importantes: Argentina (+43%), México (+70%), Chile (+98%), Uruguai (+59%) e Colômbia (+50%).

Agronegócio

No agronegócio, houve aumento das exportações de 9% da carne de frango em 2017 na comparação com o ano anterior, para US$ 6,4 bilhões, aumento de 17,7% do embarque de carne bovina, para US$ 5,1 bilhões, e aumento de 9,4% das exportações de suínos, para US$ 1,5 bilhão em 2017.

Importações

O secretário de Comércio Exterior do MDIC disse que as importações registraram crescimento em todos os meses de 2017, comparativamente ao ano anterior.

Esse comportamento se acentuou a partir de setembro, disse o secretário, o que mostra a retomada do crescimento da economia brasileira. “Isso está diretamente relacionada à maior demanda por insumos ligados à produção industrial e agrícola”, afirmou.

No primeiro trimestre, as importações tiveram alta de 8,5%, e no segundo trimestre, de 6,4%. Já no terceiro trimestre, o aumento foi de 10,6%, e no quarto trimestre, atingiu 16,6%.

Ainda segundo o secretário, em dezembro, a importação teve a maior taxa de crescimento de todo o ano de 2017, de 21,4%. O saldo, de US$ 17,595 bilhões, foi o quarto maior já registrado para meses de dezembro.

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