Restrição russa vai afetar o mercado interno

A decisão do governo russo de não comprar carne de 16 empresas brasileiras pode afetar o mercado interno, caso a situação demore para ser revertida. A opinião é do assessor econômico do Sindicato da Indústria de Carnes no Paraná (Sindicarne-PR), Gustavo Fanaya. ?Se a Rússia deixar de comprar carne brasileira por muito mais tempo, pode ocorrer o mesmo que ocorreu com a suinocultura no Paraná e Santa Catarina: essa carne terá de ser vendida no mercado interno, o preço deve cair com o aumento da oferta, haverá perda de receita do produtor e de toda a cadeia?, analisou Fanaya.

Desde o mês passado, a Rússia deixou de comprar carne bovina de 16 plantas frigoríficas brasileiras. Ontem, o diretor do serviço veterinário russo, Sergey Dankvert, afirmou que os serviços veterinários do Brasil não estão conseguindo controlar a qualidade da carne exportada para a Rússia. Acrescentou que a carne brasileira suspeita está sendo reexportada para o mercado russo via países da União Européia (UE).

Uma inspeção realizada por especialistas russos em empresas processadoras brasileiras encontrou mais de 40 certificados veterinários falsificados. Os documentos estavam sendo usados para reexportar cerca de 1.000 toneladas de carne para a Rússia por meio da Lituânia, explicou Dankvert. Ele acrescentou que provavelmente a carne veio de empresas que estavam proibidas de vender para a Rússia.

Pertinência

Para Gustavo Fanaya, as exigências do governo russo são pertinentes. ?É preciso ter mecanismos para evitar este tipo de fraude?, afirmou, acrescentando que ?falta fiscalização por parte do Ministério da Agricultura.? Para Fanaya, sempre houve problemas que colocavam em risco a credibilidade documental da carne brasileira, porém não eram percebidos.

Segundo ele, a restrição russa não afeta o Paraná, uma vez que o Estado está impedido de exportar desde outubro de 2005, quando surgiu a suspeita de aftosa. Por conta da doença, a União Européia deixou de comprar carne de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná; já a Rússia não compra mais carne do Mato Grosso do Sul, do Paraná e de Santa Catarina.

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